É repórter especial. Já foi correspondente em Washington, Nova York, Pequim e Buenos Aires, e editor de 'Mercado'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Edifício de Artacho Jurado abriu Higienópolis para a classe média
Verdadeiro poema de cimento e aço. Síntese de conforto, luxo e nobreza". Os anúncios eram tão esfuziantes quanto a arquitetura do autodidata João Artacho Jurado (1907-1983), que criou a construtora Monções com seu irmão Aurélio. Em uma época em que Higienópolis era quase exclusivamente de palacetes e os poucos prédios eram "de rendas", de um único dono que alugava unidades, os Artacho começaram a permitir à classe média em alta comprar no bairro. Com apartamentos de 80 a 160 m2, o Piauí teria a primeira piscina infantil de um condomínio na cidade, além de bar e jardim de inverno no térreo e um terraço ajardinado no topo, que sumiram em reformas posteriores. Mas a elegância das rampas sinuosas sem grades ou muro permanecem.
Nos anos 40, depois de ter trabalhado com placas e letreiros de neon para a publicidade, construir stands e organizar feiras industriais, ele entrou para o ramo imobiliário, lançando loteamentos com casas no Brooklyn, predinhos na Pompeia e edifícios de quarto-e-sala no Centro.
Com o Piauí, Artacho exibiu sua ascensão -nascido no Brás, o filho de imigrantes espanhóis só estudou até os 10 anos. Ele morou na cobertura, por alguns anos, com a mulher, Mercedes, e a filha, Diva, e usava fotos do próprio apê para promover seus empreendimentos.
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