É advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITSrio.org). Mestre em direito por Harvard. Pesquisador e representante do MIT Media Lab no Brasil. Escreve às segundas.
Seu teclado de computador vai virar uma coisa obsoleta
Faça um experimento. Pegue o celular (ou tablet) e saia por aí tentando ler ou responder e-mails. No mínimo você vai esbarrar em alguém ou pior, correr risco de atropelamento.
Escrever (ou ler) ocupa grande parte da atenção.
Por isso, não é fácil misturar leitura ou escrita até com ações simples, como caminhar ou conversar.
É preciso ficar mudando o foco o tempo todo. Se a atividade envolve risco então, como dirigir um carro, vira irresponsabilidade.
Agora, uma outra experiência. Ande pelas ruas falando ao celular. Ou dirija conversando (pessoalmente, sem celular) com outra pessoa. A fala não conflita tanto. Exige menos concentração e flui melhor quando misturada a outras ações.
Essa constatação óbvia tem impacto para a tecnologia do futuro. A corrida para desenvolver interfaces que dependam cada vez menos do teclado, de escrever ou ler, acirrou-se.
As interfaces querem ser verbais (ou gestuais). Querem se mesclar de forma mais natural à vida.
Os prenúncios disso estão em toda parte. Nos comandos de voz para celular. Nos óculos do Google. Ou no sucesso de comunidades de imagens, como o Instagram, Tumblr e Pinterest.
O futuro dos aparelhos portáteis pertence a quem tornar o teclado cada vez mais obsoleto e a integração com o cotidiano mais fluida.
Isso impacta a evolução das mídias. O texto vai deixando de ser o elemento central da comunicação humana. Outras formas, como sons, fotos e vídeos, estão tomando seu lugar.
Como colunista, é melhor começar a fazer uns vídeos e tirar umas fotos.
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