É consultor de comunicação. Foi editor de "Dinheiro" e "Mundo".
Branding Brasil
Temos quatro anos, e eles passam cada vez mais rápidos. Até lá, além de construir estádios e aeroportos, temos de refletir sobre o que somos e o que queremos mostrar ao mundo nos seus dois eventos mais globais: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Nunca antes e provavelmente nunca depois na história deste país teremos oportunidade tão grande de comunicar a brasilidade ao mundo. Bem feito, esse branding será o maior ganho do Brasil com os torneios .
Os gastos que teremos com a Copa e as Olimpíadas podem ser não um fardo fiscal, mas um investimento inteligente de altíssimo retorno: valorizar a marca Brasil. Valorização que, por suposto, valoriza toda a produção e todos os ativos do país.
Se a marca Coca-Cola, líder do ranking global de marcas em 2009, era avaliada em US$ 68,7 bilhões, imagine quanto vale a marca de um país como o Brasil. E imagine o que se pode ganhar de valor nessa marca com edições sucessivas bem sucedidas de Copa e Olimpíadas. São oportunidades que não podem ser perdidas. E ganhos que superam muito os gastos.
Se eu fosse uma grande empresa criaria um fundo para estimular estudos e debates sobre como otimizar os ganhos com os torneios. O Ipea, as universidades e os próprios governos federal, estadual e municipal precisam ajudar a conduzir e a fomentar essa massa crítica necessária para que as coisas dêem certo e o mundo possa conhecer, finalmente, esse gigante adormecido por tanto tempo.
Depois da dupla FHC-Lula, já somos um novo país, transformado pela estabilidade político-econômica e agora pela emergência de milhões de brasileiros da pobreza para o consumo, uma emergência hoje ainda muito econômica, mas que logo será muito social. E esses novos cidadãos (goste-se ou não, no capitalismo é pelo consumo que se afirma a cidadania) mudarão ainda mais a cara e a voz do Brasil.
Para não dizer que não falei das pedras, muita coisa pode dar errado, e o Brasil costumava não perder oportunidade de perder oportunidades. Mas seria muita estupidez tirar o país desse caminho à maior prosperidade.
Quatro anos passam cada vez mais rápidos se temos muita coisa a fazer: se estádios estão atrasados, a discussão sobre o que queremos mostrar ao mundo, mais relevante e difícil, ainda nem começou.
Toquem as vuvuzelas! Ou melhor, as cuícas!
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