Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Gana e ambição

Hoje, o Brasil enfrenta o Panamá. No último treino, Felipão não gostou dos enormes espaços que o time deu para o contra-ataque dos reservas. Quando se tem um volante e dois laterais que avançam, corre-se esse risco. O volante mais recuado (Luiz Gustavo) e os zagueiros saem na cobertura, e, se não desarmarem, abre-se um buraco pelo meio da área.

Para evitar isso, é necessário alternar o avanço dos laterais e o dos laterais com o volante, além de definir muito bem qual meia vai proteger o lateral. Hulk faz isso muito bem pela direita. Pela esquerda, há uma indefinição entre Oscar e Neymar. Os treinadores adversários devem concentrar o jogo nesse setor, com mais jogadores para reforçar a marcação sobre Neymar e Marcelo e, ao mesmo tempo, tentar explorar as costas do lateral.

Willian pode ser uma boa opção, especialmente contra defesas fechadas, pois seu forte é a troca curta de passes, em pequenos espaços, o que não ocorre com Oscar, Hulk e mesmo Neymar.

Noto um excessivo otimismo do público e da imprensa com o time brasileiro, como se tudo estivesse uma maravilha. Isso é perigoso, mesmo sabendo que a equipe é organizada, foi muito bem na Copa das Confederações e possui alguns jogadores que estão entre os melhores do mundo em suas posições: Thiago Silva, Neymar, Daniel Alves e Marcelo. A bronca de Felipão no treino foi também um aviso aos atletas, para a imprensa escutar, de que eles não estão com essa bola toda.

Antes da Copa de 2006, havia uma euforia parecida. Lembro-me que, em uma entrevista coletiva, na Suíça, bateram palmas para Parreira. A diferença, que me deixa mais confiante, é que a Seleção tem um técnico mais firme, uma psicóloga do esporte para trocar ideias com ele, e os jogadores mais jovens estão loucos para colocar os nomes na história.
O que move o ser humano é o desejo, a gana e a ambição.

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