Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Tostão

Falam muito

Escrevo minhas colunas e assisto à Copa de casa. Perco a emoção de estar dentro dos estádios, que vivi várias vezes, como comentarista e atleta, além de não me encontrar com vários jornalistas que gosto, admiro e que só vejo neste período. Por outro lado, assisto, na íntegra, a todos os jogos e a toda cobertura da imprensa. Fico mais bem informado.

E ainda tenho tempo, pela manhã, de fazer minhas caminhadas diárias. Na terça-feira, dia do jogo entre Brasil e México e entre Bélgica e Argélia, no Mineirão, fui a pé, como faço, com frequência, até o bairro Savassi, onde se concentram muitas pessoas, turistas e também acontecem manifestações. Fiquei impressionado com o enorme número de policiais, todos prontos para soltar o cacete, se necessário. Nunca tinha visto, ao vivo, tantos policiais juntos. Isso dá segurança à população e, ao mesmo tempo, assusta. Era um ambiente de festa e de guerra. Estranho.

Como gosto de silêncio, acho as transmissões dos jogos pela TV muito barulhentas. Falam muito. Parece haver um concurso entre narradores -há exceções- para ver quem fala mais rápido. Galvão Bueno não está em primeiro lugar.

O ex-jogador Élber, comentarista de uma TV alemã, disse, no programa Redação Sportv, que só fala antes, no intervalo e depois do jogo. Fala pouco. As análises de alguns lances especiais e de mudanças táticas que ocorrem durante a partida são importantes para a compreensão do jogo. Ao mesmo tempo, há um excesso de informações e explicações.

Amanhã, se Hulk e Fernandinho jogarem, o time melhora. É frequente um atleta ter dores, como Hulk, com todos os exames normais, e também ficar ansioso, dormir mal. Quando estava tenso, eu jogava melhor. Está exagerada a importância dada às dores de Hulk. "Não sois máquinas, homem é que sois" (Charles Chaplin).

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