Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
País tem safra recorde, mas produção de trigo é a menor em cinco anos
A produção nacional de grãos vai bem. Deverá registrar mais um recorde neste ano, somando 180,4 milhões de toneladas. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e, se confirmados, vão representar uma alta de 14 milhões de toneladas em relação ao volume do ano passado.
A produção de trigo, no entanto, não vai bem. O país deverá ter a menor safra dos últimos cinco anos, obtendo apenas 4,3 milhões de toneladas, conforme as mais recentes estimativas da Conab.
Essa queda de produção ocorre em um momento ruim porque forçará o Brasil a importar pelo menos 7 milhões de toneladas do cereal em um ano de menor oferta na América do Sul.
Os argentinos, principais fornecedores do cereal ao Brasil, vão produzir próximo de 9,5 milhões de toneladas. As estimativas eram de 11 milhões. Com isso, o governo do país vizinho está colocando barreiras às exportações do cereal, o que deverá afetar as compras brasileiras.
O Brasil vai ter de complementar com importações de outros países fora do Mercosul, pagando preço mais elevado pelo produto. Essa alta poderá refletir no bolso dos consumidores.
Um dos pontos positivos é que a produção mundial de trigo, após a forte quebra no ano passado, se recompõe em vários dos principais países produtores.
Os dados de ontem da Conab indicam maior oferta de arroz, que vai a 12,1 milhões de toneladas, e de soja (82,7 milhões de toneladas).
A oferta de milho, após o recorde de 73 milhões de toneladas de 2012, recua para 72,2 milhões neste ano. A safrinha terá a maior queda no período: menos 4,2%.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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BARREIRA
As autoridades sanitárias russas encontraram resíduos de ractopamina, um promotor de crescimento, em cargas de carne suína da Sadia e da Seara. A Rússia não aceita a presença da substância na carne.
AVISO
O chefe do serviço sanitário russo enviou uma carta ao secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, com o resultado dos exames feitos em laboratório. Caso a violação volte a ocorrer, a Rússia avisou que vai impor restrições temporárias às exportações de carne dessas empresas.
OUTROS CASOS
Além das empresas brasileiras, EUA e Canadá também foram advertidos pelas autoridades sanitárias russas pela presença de ractopamina em cargas exportadas.
QUEDA
O primeiro contrato do trigo recuou para US$ 7,45 por bushel (27,2 kg)ontem na Bolsa de Chicago, uma queda de 0,7% no dia. Esse preço supera em 16% o do início do ano passado.
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SOJA
As atenções do mercado externo recaem sobre o Brasil, que inicia a colheita de soja. A Argentina, devido ao atraso no plantio, terá dificuldades de substituir as exportações dos Estados Unidos, que têm problemas devido à baixa do rio Mississippi.
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CONAB PREVÊ 48,6 MILHÕES DE SACAS DE CAFÉ NESTE ANO
O governo coloca parâmetros em uma acirrada discussão sobre a próxima safra de café. Algumas estimativas já indicavam 53 milhões de sacas, um número que, se confirmado, ficaria bem acima do das safras anteriores.
Conforme dados divulgados ontem, a Conab acredita que a safra total deste ano fique, em média, em 48,6 milhões de sacas beneficiadas.
O volume final a ser colhido deverá girar entre 47 milhões e 50 milhões de sacas, segundo o órgão oficial do governo. No ano passado, a safra foi de 51 milhões de sacas.
A produção de café arábica recua para 36,2 milhões de sacas, enquanto a de conilon fica estável em 12,3 milhões.
A área total dos cafezais em produção é de 2,1 milhões de hectares.
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Com TATIANA FREITAS
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