Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
China manterá liderança nas importações de carne suína
Associated Press | ||
Fazenda de criação de porcos em Huaibei, na China |
A China se manterá como um dos países líderes em importações de carne suína em 2017. Análises do Rabobank apontam para uma necessidade de importações de 2,7 milhões de toneladas pelos chineses, o mesmo volume deste ano.
Mas a China, país com uma posição importante no mercado mundial de suínos, tem visto a taxa de crescimento de consumo desacelerar nos últimos anos.
De 1996 a 2005, o crescimento médio foi de 4,3%, taxa que recuou para 2,8% de 2006 a 2014. De 2015 a 2020, o avanço será de apenas 1%, prevê o Rabobank.
Mas, se o ritmo de consumo evolui a taxas menores, os chineses buscam cada vez mais produto com mais qualidade e valor agregado.
A produção chinesa, vinda de granjas maiores e mais bem planejadas, deverá crescer 2% no próximo ano. Custos maiores, questões ambientais e até redução de espaços são empecilhos para uma evolução maior.
Diante dessa dificuldade de produção e necessidade de um volume interno de carne suína de 56 milhões de toneladas, os chineses deverão abrir mais as portas para novos países.
Brasil, Canadá e México estão nessa lista de países com um potencial maior de exportação para a China. União Europeia e Estados Unidos são os líderes em exportações para o mercado chinês.
A União Europeia, que tinha a Rússia como maior importadora de sua carne suína, se voltou para a China, após os russos banirem a carne suína de suas importações.
Nos dez primeiros meses deste ano, os chineses importaram 1,58 milhão de toneladas de carne suína da União Europeia. Esse volume supera em 76% o de igual período do ano anterior.
Na avaliação do Rabobank, a China deverá manter também importações de carnes de frango e bovina em 2017. Neste último caso, o crescimento deverá ser fraco devido ao elevado custo da carne e à renda menor.
Os países que conseguem colocar a carne suína para alguns nichos de mercado vão continuar obtendo boas vendas para o país asiático.
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Helicoverpa O Ministério da Agricultura prorrogou por um ano o prazo de vigência da emergência fitossanitária relativa ao risco de surto de lagarta Helicoverpa armigera no Estado de Mato Grosso.
Medidas excepcionais O estado de emergência permite aos produtores adotar medidas excepcionais de supressão à praga, com acesso legal a produtos como o benzoato de emamectina, que ainda não está definitivamente liberado para o uso no Brasil.
Riscos Na avaliação de João Carlos Jacobsen Rodrigues, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a liberação do benzoato deveria ser definitiva, uma vez que é um dos produtos mais eficazes no combate a essa lagarta. Sem a liberação, há riscos econômicos, sociais e ambientais.
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