Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Competitividade do etanol melhora e as vendas aumentam
Joel Silva - 9.mai.2017/Folhapress | ||
Colheita mecanizada de cana em usina de Sertãozinho, no interior de São Paulo |
O setor sucroenergético vive uma outra realidade neste semestre. O preço do etanol ficou mais competitivo do que o da gasolina, as vendas do derivado de cana aumentaram e as usinas estão destinando mais cana-de-açúcar para a produção de álcool.
Os dados de acompanhamento do setor, divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) nesta terça-feira (24), indicam que as vendas mensais de etanol feitas pelas usinas do centro-sul somaram 2,4 bilhões de litros em agosto e setembro.
Esse montante é bem superior aos 2,1 bilhões de litros de junho e julho. Em outubro, as vendas continuam crescendo.
Para atender a demanda crescente de etanol, as usinas mexeram no mix de produção. Na primeira quinzena deste mês destinaram apenas 43,6% da cana para a produção de açúcar, abaixo dos 49,6% de há um ano.
A maior parte da cana colhida foi para a produção do etanol, que utilizou 56,2% da matéria-prima processada pelas usinas da região centro-sul.
Apesar dessa recuperação das vendas de álcool nos últimos meses, o volume deste ano ainda é inferior ao do ano passado, segundo a Unica.
As vendas acumuladas de abril à primeira quinzena de outubro deste ano somaram 13,9 bilhões de litros. Em igual período do ano passado, o volume havia sido de 15,2 bilhões.
A melhora no ritmo de produção e de venda de etanol faz com que as usinas desacelerem a produção de açúcar.
Na primeira quinzena deste mês, a oferta de açúcar superou em 4% a de igual período do ano passado. Na primeira de setembro, porém, a alta havia sido de 6%.
A moagem total de cana da safra 2017/18 soma 500 milhões de toneladas, próximo dos 508 milhões do ano passado.
A informação da Única, apontando a preferência das usinas pela produção de etanol, fez o açúcar subir de preços em Nova York. O primeiro contrato foi negociado a 14,28 centavos de dólar na Bolsa de commodities da cidade nesta terça-feira (24), 2,9% mais do que no dia anterior.
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Milho - Produtores, governo e indústria se reuniram nesta terça-feira (24) para traçar metas de abastecimento em 2018. Francisco Turra, da ABPA (associação que representa a indústria da proteína animal), diz que esses encontros deverão se tornar periódicos.
À espera do abate - Os confinamentos de gado tinham 10,8 milhões de animais no início deste mês nos Estados Unidos. Esse número supera em 5% o de igual período do ano passado, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
Arroz - Os produtores voltaram a campo para continuar semeando o cereal. A chuva, prevista para esta quarta-feira (25), contudo, poderá interromper novamente o plantio.
Perdas anuais - Só o algodão tem preço melhor neste ano do que no anterior na Bolsa de commodities de Nova York. A alta desta commodity, em relação a igual período de 2016, é de 1%.
Queda forte - Já açúcar, cacau, café e suco de laranja estão com quedas acima de 20% no período. O açúcar é o que teve recuo mais expressivo: 38%.
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