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29/07/2011 - 14h22

Branquinhas ou amarelinhas, identifique cachaças boas e ruins

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LUIZA FECAROTTA
DE SÃO PAULO

Todas as cachaças saem brancas do alambique. É essa, pura, que marca a tradição brasileira desde o século 16. Hoje, depois da industrialização, as aguardentes brancas têm sido assimiladas aos produtos de má qualidade, com alto teor alcoólico e adição de açúcar, fórmula básica das marcas populares.

Gabo Morales/Folhapress
Cachaças brancas e amarelas com tempo diferente de envelhecimento; há boas opções entre as variedades
Cachaças brancas e amarelas com tempo diferente de envelhecimento; há boas opções entre as variedades

Na outra ponta, as amarelas, envelhecidas em dornas de madeira, têm ganhado prestígio de dez anos para cá.

O que não quer dizer, no duro, que as brancas são ruins e as amarelas, boas. Há, aliás, um crescimento geral de cachaças de qualidade.

Neste momento, em que a maioria das bebidas ainda é produzida em condições informais, é preciso aprender a identificar um bom produto.

PURAS

Em setembro, a Santo Grau lançará uma edição limitada de uma cachaça branca com dez anos de descanso em tanques de aço inox --processo que torna a bebida mais suave.
Serão apenas cem garrafas de um litro, vendidas por telefone (0/xx/11/3875-1223).

No descanso, etapa indispensável para qualquer cachaça de qualidade, os álcoois se assentam.

São nas brancas, que não passam por envelhecimento, que as características da cana aparecem pronunciadas.

"Nosso conceito é resgatar a tradição da cachaça pura", diz Luiz Henrique Munhoz, da Santo Grau. "A bebida descansa em tanques subterrâneos de pedra, em tanques de aço inox e em grandes e antigos tanques de madeira, que não interferem nem na cor nem no gosto."

MADEIRA

Já o envelhecimento em dornas de madeira, prática que se intensificou, causa alterações no destilado. Com superfície porosa, a madeira promove trocas com o líquido e agrega cor e aroma.

Antes restrito, o processo se diversifica com a possibilidade do uso de madeiras brasileiras como ipê, amburana e jequitibá.

Mas há que cuidar do envelhecimento para que a bebida não perca as características originais do destilado.

"Chega num ponto que essa troca começa a ser negativa. Surge na madeira uma adstringência com o excesso de envelhecimento", diz Vicente Bastos Ribeiro, que encabeça a representação da cachaça no Ministério da Agricultura e é diretor de operação da carioca cachaça Fulô.

DICAS PARA RECONHECER UMA BOA AGUARDENTE

VISUAL
- Compre garrafas com rótulos registrados pelo Ministério da Agricultura; há muita informalidade no mercado
- A bebida precisa ser límpida, sem resíduos aparentes
- Agite a garrafa e veja se as bolhinhas de ar se desfazem rapidamente, como o desejado
- Mexa a taça na qual a bebida é servida; é desejável que ela tenha lágrimas que escorram lentamente

AROMA
- Evite bebidas com aromas agressivos de álcool
- O primeiro aroma que aparece é o da cana; no caso das envelhecidas, depois se pronuncia o perfume de madeira

SABOR
- As brancas, mais jovens, tem um pouco mais de acidez
- Brancas e envelhecidas não devem ter sabores agressivos à boca

Fontes: Jairo Martins da Silva, Vicente Bastos Ribeiro e Luiz Henrique Munhoz

 

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