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27/11/2011 - 11h42

Restos de navio afundado há 37 anos começam a ser resgatados

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FELIPE CARUSO
DE SANTOS

Depois de 37 anos do maior incêndio do porto de Santos levar para o fundo do canal o cargueiro grego Ais Giorgis (são Jorge, em grego), os destroços do navio serão retirados definitivamente.

Na noite de 8 de janeiro de 1974, o fogo que começou num vagão de trem parado ao lado da embarcação se alastrou por seus porões.

Na época, de um restaurante na esquina do canal cinco com a praia, a mais de dois quilômetros do acidente, o despachante aduaneiro Laire Giraud, 65, ouviu um estrondo e viu as labaredas iluminarem a noite.

"Fomos para o apartamento de uma amiga perto do porto para vermos o incêndio. De lá, assistimos a um espetáculo impressionante e dantesco. Seria lindo, se não fosse trágico", disse Giraud.

Flash

A tragédia provocou uma única morte. Em seu primeiro dia de férias, Marcelo Martin Vicente, funcionário da Companhia Docas Santos, foi convocado às pressas para ajudar a debelar as chamas.

Quando o cargueiro foi rebocado para evitar a propagação do fogo, Vicente ficou preso dentro do navio. Ao saltar do convés em chamas, desapareceu na água.

ACIDENTES

Apesar de não haver registros oficiais da Codesp (Companhia Docas de São Paulo), pessoas ligadas à navegação no canal citam diversos acidentes por causa do navio.

No final dos anos 1980, o navio-tanque Ipanema carregado de óleo e álcool raspou na carcaça do navio afundado. O mastro do Ais Giorgis já rasgou o casco do rebocador Pegasus. Há um ano, um navio quebrou o leme ao chocar-se com os destroços.

A necessidade do aprofundamento do canal para 15 metros e do alargamento da via navegável para 220 metros para receber embarcações maiores foi a principal razão para a retirada definitiva dos destroços. Essa, porém, não será a primeira tentativa.

Em 1979, depois de resgatarem o navio e o levarem para a margem do canal, um forte vendaval arrebentou as amarras do Ais Giorgis, que voltou ao leito oceânico.

Trinta anos depois, a Codesp contratou uma empresa para retirar os destroços. Com orçamento de R$ 3,67 milhões, a companhia pagava por tonelada retirada.

Oficialmente, a Codesp afirma que, na época, não havia necessidade de retirada de todo o navio. A Folha apurou, porém, que o dinheiro acabou, mas o navio não.

Para garantir que os cerca de 20% do navio ainda no fundo do canal finalmente saiam de lá, a Codesp terá R$ 17,9 milhões de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Além disso, mudou o contrato para pagar por seção retirada.

 

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