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Promotoria denuncia cinco por acidente com bonde no Rio
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VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO
Cinco funcionários da empresa responsável pela operação do bonde de Santa Tereza, no centro do Rio, poderão responder pelos crimes de homicídio e lesão corporal culposa por causa do acidente ocorrido em agosto de 2011 e que resultou em seis mortos e 48 feridos. Se condenados, eles poderão cumprir até dois anos de prisão.
Bonde acidentado em Santa Teresa tinha 23 falhas, diz laudo
Na denúncia (acusação formal) do Ministério Público à Justiça, são apontados como responsáveis pela tragédia o motorneiro Gilmar Silverio de Castro, o coordenador de manutenção e operação dos bondes, José Valladão Duarte, o chefe de manutenção da garagem, Cláudio Luiz Lopes do Nascimento, e os assistentes de manutenção Zenivaldo Rosa Correa e João Carlos Lopes da Silva.
Segundo a promotora Janaína Marques Corrêa, da 5ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, o motorneiro Nelson Correa da Silva, uma das vítimas fatais do acidente, pegou o bonde do colega Castro depois de entregá-lo para registro de um boletim de acidente de trânsito.
Em tese, o veículo seguiria para a garagem, mas continuou no trajeto normal coletando passageiros pelo caminho.
Quando seguia em direção à estação Carioca, Silva teria notado a falha no sistema de freios na descida da rua Joaquim Murtinho. Em seguida, o bonde descarrilou em alta velocidade na curva e bateu contra o poste, causando o seu tombamento. "Os funcionários tinham o dever de retirar de circulação os veículos que não possuíam condições de uso", afirmou a promotora na denúncia.
Laudo do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) sobre o acidente apontou diversos problemas de manutenção no bonde, sem condições de segurança aos usuários. Dentre os problemas constatados e relacionados à falta de manutenção, estavam a falta de procedimento de drenagem dos cilindros, o desgaste do compressor e peças remendadas de forma grosseira.
De acordo com o Ministério Público, anotações no livro de manutenção da oficina demonstravam que o bonde apresentava problemas crônicos no sistema de frenagem, sendo a frequência dos reparos realizados desproporcional se comparado com a das demais composições e insuficiente para solucionar os problemas verificados.
Janaína afirmou que os funcionários deveriam informar os superiores da necessidade de equipamentos e investimentos para o funcionamento do serviço. Mas isso não teria ocorrido, de acordo com as declarações do então presidente e do diretor de engenharia da empresa, a Central (Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística).
Os cinco funcionários não foram localizados na noite desta terça-feira para comentar a denúncia do Ministério Público.
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