Publicidade
Publicidade
Presos são transferidos para 1º presídio público-privado do país
Publicidade
LUIZA BANDEIRA
DE BELO HORIZONTE
Sistemas digitalizados para abrir portas, sensores de calor para detectar movimentos, pisos de celas feitos com uma estrutura semelhante a do Banco Central, colchões que não produzem chamas e paredes sem tomadas para que celulares não possam ser carregados.
Com ares futuristas, a primeira penitenciária construída por meio de uma PPP (parceria público-privada) do país, em Ribeirão das Neves (MG), recebeu nesta sexta-feira (18) seus primeiros 75 presos.
A iniciativa privada ficou responsável pela construção e operação do presídio. O governo de Minas Gerais vai cuidar da parte da segurança externa e acompanhar a execução das penas.
O complexo penitenciário terá cinco unidades e 3.040 vagas. No primeiro presídio, que será inaugurado oficialmente este mês, poderão ficar 608 detentos. Todos terão obrigação de estudar e trabalhar --a lei não obriga os presos a fazê-lo, mas quem não quiser será transferido para outra penitenciária.
O consórcio que venceu a licitação feita em 2009 investiu R$ 280 milhões na construção do complexo. Por mês, o governo pagará às empresas R$ 2.700 por preso --mais que os R$ 2.100 que gasta atualmente com os detentos do sistema público. O contrato é de 27 anos.
O consórcio terá 380 metas que serão avaliadas periodicamente. Se houver rebeliões ou fugas o consórcio pode perder até 50% de sua remuneração. Falta de água e luz, por exemplo, também gerarão desconto.
Pelo contrato, a unidade não pode receber mais presos do que sua capacidade.
O secretário de Defesa Social de MG, Rômulo Ferraz, defende o modelo porque, segundo ele, se o complexo fosse feito pelo poder público os custos seriam mais altos e a construção, mais demorada. "E as condições do presídio aumentam a possibilidade de recuperação dos presos em relação aos presídios tradicionais", diz.
Já a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Ucam (Universidade Candido Mendes), Julita Lemgruber, diz que o modelo é mais caro e pode gerar um problema no futuro. "Se os índices de criminalidade continuarem caindo, haverá vagas ociosas e o poder público vai continuar pagando o consórcio por 27 anos", afirma.
Para ela, a superlotação carcerária poderia ser diminuída com a revisão da situação de presos provisórios --segundo a especialista, muitos estão presos ilegalmente.
+ Canais
- Acompanhe a editoria de Cotidiano no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
- Conheça a página da Folha no Facebook
+ Notícias em Cotidiano
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice