Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/03/2013 - 21h32

Após expulsão, índios da aldeia Maracanã, no Rio, brigam entre si

Publicidade

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

Expulsos de um terreno ao lado do estádio do Maracanã, na última sexta-feira, indígenas de diferentes etnias buscam a unidade na esperança de reconquistarem o espaço.

Conflitos envolvendo índios são frequentes no Brasil; veja casos
Índios participam de audiência pública no centro do Rio
Após reunião com Funai, índios dizem que vão procurar abrigo por conta própria

Se na sexta o confronto aconteceu contra homens do Batalhão de Choque, da Polícia Militar do Rio, nesta segunda-feira, em um encontro na sede de uma central sindical no Centro da cidade, a discussão aconteceu entre eles.

Eram dez representantes de cinco das doze etnias que viviam no imóvel desocupado. O deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ) tentava organizar uma lista de reivindicações.

Conseguiu levar para Brasília uma carta em que os índios pedem a manutenção no prédio para valorização da cultura indígena. Antes disso, não faltaram discussões e reclamações de um grupo contra outro.

"Se é difícil uma família se entender imagina quando se reúnem várias etnias. Ainda mais quando o homem branco fica por trás falando um monte de coisas", conta Tenema Guarani, 84.

Hoje, a principal discussão foi em torno do grupo que aceitou o terreno doado pelo governo estadual para um alojamento provisório em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Seis contêineres abrigam 13 indígenas.

Todos eram chamados de "traidores" e até de "colonizados".

"Foi uma posição equivocada, subalterna, em que acataram essa colonização continuada. É lamentável", analisou o advogado André de Paula, que, no domingo, representou um grupo de índios em uma audiência na Justiça Federal.

André de Paula é conhecido por representar sem-tetos que, no ínício da década, empreendeu uma série de invasões em prédios abandonados no Rio.

Quem aceitou a proposta do governo se defende e lamenta o rumo que a discussão tomou.

"Fui porque não tenho onde ficar. O que deixa triste é que a vida inteira foi assim com essa desunião. Agora tem muita gente, no meio disso, que não é índio e não pensa na gente. Apenas em seu movimento", garante Afonso Apurinã.

REMOÇÃO

A aldeia Maracanã foi desocupada na manhã de sexta-feira (22) com a presença Batalhão de Choque da Polícia Militar. As crianças e idosos já tinham sido retirados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos quando a polícia invadiu o local. Sete manifestantes foram presos.

Homens do Choque empurraram os índios para fora na propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. O coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, informou que 200 policiais participaram da ação, entre homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 4º Batalhão da PM.

Durante a invasão da polícia, manifestantes fecharam uma pista da Radial Oeste, no sentido leste. Quatro bombas de efeito moral foram detonadas para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. Um índio ficou ferido e precisou de atendimento médico.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página