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Após expulsão, índios da aldeia Maracanã, no Rio, brigam entre si
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MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
Expulsos de um terreno ao lado do estádio do Maracanã, na última sexta-feira, indígenas de diferentes etnias buscam a unidade na esperança de reconquistarem o espaço.
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Se na sexta o confronto aconteceu contra homens do Batalhão de Choque, da Polícia Militar do Rio, nesta segunda-feira, em um encontro na sede de uma central sindical no Centro da cidade, a discussão aconteceu entre eles.
Eram dez representantes de cinco das doze etnias que viviam no imóvel desocupado. O deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ) tentava organizar uma lista de reivindicações.
Conseguiu levar para Brasília uma carta em que os índios pedem a manutenção no prédio para valorização da cultura indígena. Antes disso, não faltaram discussões e reclamações de um grupo contra outro.
"Se é difícil uma família se entender imagina quando se reúnem várias etnias. Ainda mais quando o homem branco fica por trás falando um monte de coisas", conta Tenema Guarani, 84.
Hoje, a principal discussão foi em torno do grupo que aceitou o terreno doado pelo governo estadual para um alojamento provisório em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Seis contêineres abrigam 13 indígenas.
Todos eram chamados de "traidores" e até de "colonizados".
"Foi uma posição equivocada, subalterna, em que acataram essa colonização continuada. É lamentável", analisou o advogado André de Paula, que, no domingo, representou um grupo de índios em uma audiência na Justiça Federal.
André de Paula é conhecido por representar sem-tetos que, no ínício da década, empreendeu uma série de invasões em prédios abandonados no Rio.
Quem aceitou a proposta do governo se defende e lamenta o rumo que a discussão tomou.
"Fui porque não tenho onde ficar. O que deixa triste é que a vida inteira foi assim com essa desunião. Agora tem muita gente, no meio disso, que não é índio e não pensa na gente. Apenas em seu movimento", garante Afonso Apurinã.
REMOÇÃO
A aldeia Maracanã foi desocupada na manhã de sexta-feira (22) com a presença Batalhão de Choque da Polícia Militar. As crianças e idosos já tinham sido retirados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos quando a polícia invadiu o local. Sete manifestantes foram presos.
Homens do Choque empurraram os índios para fora na propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. O coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, informou que 200 policiais participaram da ação, entre homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 4º Batalhão da PM.
Durante a invasão da polícia, manifestantes fecharam uma pista da Radial Oeste, no sentido leste. Quatro bombas de efeito moral foram detonadas para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. Um índio ficou ferido e precisou de atendimento médico.
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