Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/06/2010 - 09h01

Avó denuncia que pai e padrasto abusaram de dois netos em Ribeirão Preto (SP)

Publicidade

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A dona de casa Sandra (nome fictício), 54, denunciou ontem na Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) que os netos --um menino de nove anos e uma menina de sete-- foram abusados sexualmente pelo pai e pelo padrasto das crianças.

O depoimento foi dado na primeira reunião da CEE (Comissão Especial de Estudos) de Combate à Pedofilia.

A avó foi à Câmara narrar o ocorrido a pedido do presidente da comissão, Walter Gomes (PR).

A avó, a mãe e as crianças conversaram com Gomes e com os vereadores Oliveira Júnior (PSC), Evaldo Mendonça (Giló) (PR) e Gláucia Berenice (PSDB).

Sandra contou que o primeiro abuso foi sofrido há dois anos pela neta. O autor teria sido o padrasto. Segundo a avó, a criança ficava sempre na companhia do padrasto, mas ninguém desconfiava que sofria abuso.

"Só soubemos no dia em que saí para atender a campainha e vi que a menina estava com o vestido levantado. Perguntei o que aconteceu e ela contou que ele estava se esfregando nela."

A avó e a mãe das crianças fizeram um boletim de ocorrência no mesmo dia, mas segundo elas, ninguém da polícia tomou qualquer providência --a titular da Delegacia de Defesa da Mulher não quis falar sobre o caso.

O padrasto nunca foi preso pelo crime e ameaçou-as de morte por um ano. "Minha filha se separou dele e procuramos um psicólogo para acompanhar a menina, porque ela estava muito traumatizada", disse a avó.

Durante o tratamento psicológico, a família foi orientada a reaproximar as crianças do pai biológico. Eles passaram a ficar juntos aos finais de semana. Depois do Natal do ano passado, o menino passou a apresentar um comportamento agressivo.

"De repente, meu neto começou a ir mal na escola, estava revoltado, não queria ir às aulas e quase não falava com ninguém. Achamos estranho e ficamos em cima para saber o que tinha acontecido, mas ele não falava."

Há dois meses, foi a vez de a menina passar a ter um comportamento arredio em relação ao pai biológico. A avó conta que a criança chorava quando tinha de passar o final de semana com o pai.

"No começo, achamos que era apenas birra, mas depois, ela acabou contando ao psicólogo que o pai estava fazendo o mesmo que o "tio" fazia", contou a mãe.

Segundo a avó, depois que a irmã falou, o menino também criou coragem e disse que era abusado pelo pai desde dezembro.

Ainda de acordo com a avó, o pai das crianças ameaçou a família e disse que mataria a ex-mulher, se fosse denunciado à polícia.

"Ficamos com medo, porque da primeira vez ninguém fez nada para nos proteger. Mas agora vamos até o fim com isso", disse Sandra.

Depois da reunião, avó, mãe e as crianças foram encaminhadas à DDM para registrar os dois últimos casos.

Segundo Gomes, a CEE vai acompanhar o caso e indicar psicólogos para as crianças.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página