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15/06/2010 - 08h09

Árvores podadas em São Paulo são queimadas irregularmente

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CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pelo menos uma vez por semana, há mais de um ano, um caminhão com o logotipo da Prefeitura de São Paulo despeja irregularmente galhos de árvores podadas em um terreno particular na região do Butantã (zona oeste).

Em seguida, a lenha é serrada, empilhada e queimada, às vezes por vários dias seguidos, liberando fumaça que, segundo a vizinhança, já causou problemas respiratórios em várias famílias.

Apu Gomes/Folhapress
Madeira acumulada em lote em SP, onde caminhoes da prefeitura de descarregam galhos para queimar
Madeira acumulada em lote em SP, onde caminhoes da prefeitura de descarregam galhos para queimar

De acordo com a gestão Kassab, que diz desconhecer o despejo, a regra é que os galhos de árvores podadas sejam levados para um aterro em Guarulhos (Grande SP).

O despejo no terreno, porém, foi testemunhado por vários moradores e confirmado à "Folha" pela mulher do caseiro do lote. Uma moradora também mostrou à reportagem um e-mail com assinatura da Polícia Militar Ambiental.

Segundo a mensagem, "trata-se de um terreno particular, onde são descartadas pela Prefeitura de São Paulo árvores e galhos decorrentes de quedas, desabamentos e podas efetuadas pela Secretaria de Obras da referida prefeitura". Procurada pela reportagem, a polícia não se manifestou sobre o problema.

Moradores dizem que procuram vários órgãos do poder público há meses, mas apenas a polícia ambiental respondeu.

Saúde

Em todo o condomínio Jardim Amaralina, vizinho ao terreno, moram 600 famílias. Ao menos seis delas relatam que alguém na casa tem bronquite, rinite ou problemas alérgicos, geralmente as crianças.

De acordo com o pneumologista Marcos Arbex, a fumaça pode ser a causa desses problemas de saúde e afetar mesmo quem não desenvolveu as doenças.

É o caso da secretária Maria Fernanda Nóbrega, 32, grávida de três meses. "Acordo várias vezes à noite precisando respirar de novo", diz. Seu vizinho Paulo de Castro, 46, tem um filho de um ano e sete meses com bronquite e que, durante um bom tempo, precisou de inalador.

A reportagem esteve no bairro na última sexta-feira e viu troncos empilhados.

Uma mulher que se identificou como Gislene afirmou que seu marido, o caseiro do terreno, recebe a madeira da prefeitura e a transforma em lenha para vender para pizzarias. "É árvore de poda", diz Gislene.

Discordando dos moradores do bairro, que dizem que a última queimada foi no dia 7, ela diz que "tem mais de um mês que eles [os caminhões da prefeitura] não vêm" e que ali se queimam mais as folhas das árvores.

 

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