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18/07/2010 - 17h40

Pais, alunos e professores participam de manifestação contra morte de menino

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KARINA DI NUBILA
DO RIO

O movimento Rio de Paz pela Redução de Homicídios mobilizou pais, alunos e professores durante uma manifestação realizada neste domingo (18), na praia de Copacabana, na altura da rua Princesa Isabel. Os organizadores do manifesto espalharam 20 cadeiras e um quadro negro no calçadão, simulando uma sala de aula.

Participaram da encenação um professor e 19 crianças das comunidades de Rio das Pedras e Cidade de Deus, ambas na zona oeste. Com as mãos amarradas, Gilmar Ernesto, professor de história do Ciep Che Guevara, pedia mais segurança às autoridades. As crianças estavam com lágrimas de sangue pintadas no rosto, numa alusão aos acontecimentos dos últimos dias e para mostrar o medo que sentem em frequentar a escola.

Uma cadeira estava ocupada por uma cruz, em memória de Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, 11, morto na sexta (16) por uma bala perdida no Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros, zona norte.

Para Antônio Carlos Costa, presidente do Movimento Rio de Paz, "do jeito que está não pode mais ficar". "As estatísticas são assustadoras. Em três anos e meio, 25 mil pessoas foram mortas violentamente no Rio de Janeiro", afirmou.

Para ele, as autoridades se calaram diante da morte de Wesley. "Os nossos governantes não têm o que falar. Por isso, precisamos nos mexer, reivindicar mais políticas públicas nessas comunidades carentes."

Nenhum autoridade esteve presente no enterro do menino, ontem de manhã, no cemitério de Irajá. Na noite de sábado (17), o governador Sérgio Cabral divulgou nota em que pediu desculpas à família de Wesley.

"Só se faz uma operação como aquela, com troca de tiros, à luz do dia, com um Ciep funcionando, no meio de um confronto como esse, se for absolutamente impossível evitar. Não era o caso. Poderia ter sido feito em outro momento. Houve um erro na operação", afirmou Cabral.

Com a ação de hoje, o grupo Movimento Rio de Paz disse pretender chamar a atenção do governo federal para que se evite a entrada de armas e munições no Estado do Rio. Ao mesmo tempo, quer pedir ao governo estadual que interfira nas operações realizadas pela polícia nas favelas da cidade, com o objetivo de preservar a vida de civis inocentes.

Marcelo Prado, pai de um aluno de escola particular, participou do protesto. "A violência está em toda parte. Nós temos que nos unir e lutar para mudar essa realidade."

 

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