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27/10/2010 - 03h00

Promotoria vai acompanhar investigação sobre morte de sindicalista em SP

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DE SÃO PAULO

O Ministério Público de São Paulo designou nesta terça-feira dois promotores de Justiça para acompanhar o inquérito policial que investiga o assassinato de Sérgio Augusto Ramos, 48, diretor de base do Sindmotoristas (sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus).

Empresas de ônibus fazem paralisação após morte de sindicalista
Entenda a crise no transporte de 2003

Divulgação
Sérgio Augusto Ramos, diretor de base do sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo
Sérgio Augusto Ramos, diretor de base do sindicato dos motoristas de ônibus de SP

Ramos foi morto a tiros enquanto fazia panfletagem em frente à garagem de uma empresa de ônibus na estrada do M'Boi Mirim, no Jardim Ângela (zona sul), na madrugada de segunda-feira (25).

Os promotores Flávio Farinazzo Lorza e Ivandil Dantas da Silva, que atuam no 3º Tribunal do Júri de Santo Amaro, foram destacados para o caso pela Procuradoria-Geral de Justiça.

A morte do sindicalista motivou uma paralisação de linhas que prejudicou milhares de passageiros da zona sul ontem de manhã. Motoristas de 50 linhas que deveriam estar nas ruas às 6h ficaram na garagem até as 10h40, hora em que o colega foi enterrado.

Cerca de 200 mil pessoas foram prejudicadas, disse a SPTrans (empresa municipal de transportes). Um plano de apoio precisou ser acionado.

A família de Ramos suspeita que a morte esteja ligada a denúncias de corrupção que ele fez contra o sindicato. Ele estava colaborando com o Ministério Público na apuração de supostos desvios de verbas de planos de saúde de motoristas por parte do comando do sindicato. Ele chegou a gravar um vídeo no qual diz temer por sua vida e de seus familiares.

Veja Vídeo

Ramos, há um ano na diretoria, registrou, em abril, dois boletins de ocorrência nos quais dizia estar recebendo ameaças de morte de pessoas ligadas ao presidente da entidade, Isao Hosoji, o Jorginho.

Jorginho, 58, disse ter ficado surpreso com o assassinato de Ramos e negou desvio de verba na entidade. "O sindicato desconhece essa distorção da verba pública. O dinheiro do plano de saúde sai das próprias empresas de ônibus."

Jorginho disse que Ramos tinha "problemas com muita gente" e chegou a ser suspenso pelo sindicato por 60 dias por ofensas à diretoria. Oficialmente, o sindicato se limitou a afirmar que Ramos, que atuava como diretor de base da entidade, tinha tido "alguns atritos" com a atual administração.

CRISE

O Sindmotoristas já foi alvo de polêmica em 2003, quando, em meio a uma série de paralisações no transporte público, 17 diretores, entre eles Hosoji e o atual secretário-geral da entidade, Edivaldo Santiago, acabaram presos pela Polícia Federal.

O grupo foi acusado de receber propina de empresários para incentivar as paralisações. O objetivo seria desgastar a gestão Marta Suplicy (2001-2004) e, com isso, gerar uma crise no transporte e forçar o aumento da passagem.

Até hoje, as denúncias não foram comprovadas. Segundo sindicalistas e motoristas que pediram anonimato, Ramos teria motivações políticas para atuar contra Jorginho.

 

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