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Ministério Público quer 8 dos 9 réus do caso Bruno em júri popular
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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
O promotor Gustavo Fantini, que atua no caso do desaparecimento e suposta morte de Eliza Samudio --ex-amante do goleiro Bruno de Souza--, quer que oito dos nove réus, inclusive o jogador, sejam julgados por júri popular.
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A Folha teve acesso na noite de ontem às alegações finais do promotor, nas quais pede que a juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de BH), libere da acusação apenas o réu Flávio Caetano de Araújo.
Ele é ex-motorista do jogador e da mulher de Bruno, Dayanne Souza (também ré).
Foi por causa do pedido do promotor que, após quatro meses e 18 dias preso, Flávio foi libertado na madrugada do último sábado pela juíza.
Fantini disse não haver indícios da participação dele. "Até o momento, todas as provas demonstram que Flávio não participou da custódia de Eliza dentro do sítio."
E acrescentou: "É possível que tivesse ele conhecimento de que Eliza era mantida cativa dentro do sítio, aguardando, sem saber, sua morte. No entanto, isso não é suficiente para que seja ele levado a julgamento popular".
Quanto aos demais, a Promotoria vê participação de todos eles no crime. Bruno é apontado como "mentor e coordenador".
Luiz Henrique Romão, o Macarrão (secretário particular de Bruno), é apontado como o executor do sequestro de Eliza no Rio, a pessoa que a trouxe para Minas juntamente com o bebê dela e quem a levou para ser morta.
A execução do assassinato é atribuída ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Apesar da inexistência do corpo, o promotor cita como principal prova da ligação de Bola oito telefonemas entre ele e Macarrão no período entre 4 e 11 de junho deste ano, apesar de ambos dizerem que não se conheciam.
Quanto a Dayanne, o promotor sustenta que ela tinha interesse na morte de Eliza --que queria pensão para o bebê que alegava ser filho do goleiro-- e que, após o assassinato, ela foi a responsável por "ocultar a criança, prova do crime cometido".
A outra ré no processo, Fernanda Castro, ex-namorada de Bruno, teve "direta participação nos fatos". O promotor usa como um dos principais argumentos o fato de haver vários registros de comunicação via rádio dela com Macarrão, no período do crime.
A promotoria também aponta responsabilidade dos réus Sérgio Sales (primo de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do sítio) e Wemerson Souza, o Coxinha. Todos eles estiveram no sítio onde Eliza foi mantida por Bruno e Macarrão.
A juíza abriu prazo para as alegações finais da defesa e deverá decidir até o próximo dia 10 quais réus serão julgados por júri popular.
CASO
Bruno foi denunciado (acusado formalmente) pelo suposto assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio, que afirmava ter tido um filho do jogador. A jovem foi vista pela última vez em junho. A Polícia Civil de Minas concluiu que ela foi assassinada a mando de Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Ele responde pelos crimes de homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Também respondem pelos mesmos crimes Luiz Henrique Romão (o Macarrão), Dayanne Souza (mulher de Bruno), Fernanda Gomes Castro (ex-namorada de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do sítio de Bruno), Wemerson Marques de Souza (o Coxinha), Flávio Caetano de Araújo e Sérgio Rosa Sales, o Camelo (primo de Bruno).
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, mais conhecido como Bola é acusado por dois desses crimes: homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver da ex-amante do goleiro.
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