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Após temporal, moradores contam prejuízos em Ribeirão Preto (SP)
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LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO
"É muito duro", disse a dona de casa Nilza Helena Batista, 47, moradora da favela do Brejo, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), ao ver todos os seus móveis amontoados neste sábado em frente a sua casa. Sofá, televisão, fogão, tanque de lavar roupas, documentos, tudo foi perdido com a chuva que atingiu a cidade no início da noite de sexta.
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No total, foram 111 mm de chuva, segundo a Defesa Civil da cidade. Em apenas uma hora choveu quase o total do mês de novembro todo, quando foram registrados 119,6 mm em Ribeirão, de acordo com a Defesa Civil do Estado. Cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado.
Segundo a prefeitura, 131 famílias foram atingidas na Favela do Brejo. Três famílias, em um total de oito pessoas, foram encaminhadas para o Cetrem (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante). Outras 38 pessoas foram alojadas no ginásio de esportes da Cava do Bosque.
Na tarde deste sábado, na casa do marceneiro Irisio Garcia Filho, 39, ainda havia muito trabalho a ser feito.
No varal, as roupas dividiam espaço com as fotografias da família que estavam penduradas para secar e salvar as memórias.
Silva Junior/Folhapress | ||
Temporal que atingiu Ribeirão Preto na sexta-feira causou alagamentos e estragos; veja outras imagens |
"Estavam nas gavetas e não teve jeito, foi tudo", disse o marceneiro.
A sua mulher, a diarista Maria Nilza Garcia, 40, tentou tirar a água no início, mas quando a chuva apertou, foi buscar o filho que estava chegando da escola.
"Fiquei do lado de fora porque devido à água não conseguia voltar", conta.
A sogra, que mora com a família, ficou presa em casa com dois netos.
"Fique em cima da cama e a água subindo, molhou a parte debaixo do colchão. Fique pedindo a Deus para não deixar subir mais", conta Naide de Lúcia Garcia, 61.
Equipes da prefeitura distribuíram cerca de 500 colchões durante a madrugada.
Hoje, foram distribuídas roupas e marmitas na favela do Brejo. A previsão, segundo a prefeita Dárcy Vera (DEM), é que a população que mora nessa área seja removida para os apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, que serão entregues no dia 28 de fevereiro.
A prefeitura pede a colaboração com doações de alimentos, móveis e roupas. Detalhes sobre como ajudar podem ser obtidos pelos telefones 161 e 0/xx/16/3611-6000, da Assistência Social.
Nas lojas dos supermercados Mialich e Savegnago, em Ribeirão, também foram montados pontos de coleta de doações para as vítimas da enchente.
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