Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/01/2011 - 19h36

Chuva forte volta a assustar moradores da região serrana do RJ; mortes chegam a 710

Publicidade

DA AGÊNCIA BRASIL
DE SÃO PAULO
DO RIO

Atualizado às 21h26.

A chuva forte que atingiu a região serrana do Rio voltou a assustar moradores nesta terça-feira. O número de mortos em consequência do temporal da semana passada chega a 710, segundo último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil.

Pacientes fazem fila por vacina que não existe
Cenário ainda é de guerra em cidades da região serrana do RJ
Veja lista parcial com nomes dos mortos
Saiba como fazer doações para as vítimas das chuvas
Veja imagens antes e depois da chuva
Veja imagens dos estragos no Rio
Veja cobertura sobre chuvas na região serrana do Rio

De acordo com os dados, são 335 vítimas em Nova Friburgo, 292 em Teresópolis, 62 em Petrópolis e 21 em Sumidouro.

O balanço mostra que Petrópolis é o município com mais pessoas fora de casa. São 3.600 desalojados (temporariamente em casa de amigos ou parentes) e 2.800 desabrigados (aqueles que perderam suas casas e dependem de abrigos públicos). Teresópolis tem 960 desalojados 960 e 1.280 desabrigados. Já em Nova Friburgo são 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.

Editoria de Arte/Folhapress

CHUVA

Por volta das 16h30, a chuva voltou a cair forte na região serrana. Apesar da chuva, o trabalho de resgate de vítimas dos deslizamentos da semana passada prossegue, assim como as obras de desobstrução de estradas e de reconstrução da infraestrutura das cidades atingidas.

Para chegar ou sair de Nova Friburgo é preciso ter paciência. A estrada que liga o município a capital do estado tem alguns pontos com deslizamento de encostas e homens da Defesa Civil trabalham na recuperação dos estragos.

Em alguns trechos, onde o tráfego está aberto apenas em uma pista, é feito um revezamento entre os veículos que seguem em direção a Nova Friburgo e aqueles que saem da cidade, o que acaba criando longos engarrafamentos nos dois sentidos.

CRÉDITO

O ministro da integração nacional, Fernando Bezerra, anunciou na tarde desta terça-feira em Nova Friburgo a criação de uma linha de crédito facilitada para que a indústria e o comércio da região serrana do Rio se recuperem. A região foi devastada pela chuva da semana passada.

A proposta, que deve ser anunciada oficialmente na quinta-feira, é de uma linha de financiamento com dois a quatro anos de carência, juros baixos e com prazo de pagamento de até dez anos. O objetivo é dar capital de giro ao comércio e reconstruir a infraestrutura.

A cidade de Nova Friburgo é um dos principais polos de produção de moda íntima do país, além de forte atuação no setor metal e mecânico e importante ponto turístico.

O anúncio foi feito depois de o ministro reunir-se na Prefeitura de Nova Friburgo com o governador Sérgio Cabral (PMDB), o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministra da Justiça, José Eduardo Cardozo, além de autoridades estaduais e municipais.

Vanderlei Almeida/AFP
Vista aérea mostra estragos causados pela chuva em Petrópolis, região serrana do Rio; veja mais imagens
Vista aérea mostra estragos causados pela chuva em Petrópolis, região serrana do Rio; veja mais imagens

TEMPO

Cabral, por sua vez, reclamou do sistema de alerta do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). "A Defesa Civil do Estado repassou às cidades um alerta que ela recebe todos os dias de chuva moderada a forte. O que você interpreta de chuvas moderadas a forte, se toda vez você recebe o mesmo relatório?" questionou.

Previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para quarta-feira (19) é de dia nublado, com chuviscos ou chuvas em áreas isoladas, à tarde.

ESTRAGOS

Uma semana depois da tragédia causada pela chuva em municípios da região serrana do Rio de Janeiro, o cenário ainda é de guerra em boa parte das áreas afetadas. As cidades, porém, vão se organizando diante da nova realidade. A avaliação é do chefe do Estado Maior e subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel José Paulo Miranda, que acompanha os trabalhos de buscas, resgate e salvamento das vítimas dos deslizamentos.

Ele afirma que, quando as primeiras equipes iniciaram o socorro, não se tinha a dimensão exata dos estragos. Ele diz acreditar que as horas iniciais dos resgates --quando ainda se tem esperança de encontrar vítimas com vida-- foram as mais difíceis.

"O primeiro momento sempre é mais difícil porque não tínhamos ideia do que realmente tinha acontecido. O acesso aos locais de deslizamento era muito difícil, o tempo, ainda chuvoso, também complicou. Mas estamos avançando e diante da dimensão do desastre, a resposta tem sido extremamente positiva", avaliou.

No domingo (16), o governador do Rio decretou estado de calamidade pública nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal. Na segunda, ele anunciou a criação do Gabinete Executivo de Reconstrução da Região Serrana, que será chefiado pelo prefeito de Bom Jardim, Affonso Monnerat.

A prefeitura de Teresópolis desapropriou uma fazenda na área urbana da cidade para construção de casas para desabrigados. Serão construídas, em caráter de emergência, 500 unidades habitacionais no local.

Para ajudar na divulgação de informações sobre desaparecidos, Nova Friburgo deve colocar em funcionamento a partir de hoje uma central telefônica gratuita. O número 0800-0221011 deve começar a funcionar até o final do dia.

Pais com crianças desaparecidas após as chuvas na região serrana do Rio temem que os filhos possam ter sido entregues ilegalmente para outras famílias.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página