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19/01/2011 - 22h00

Ponte entre Friburgo e Bom Jardim começa a ser montada sábado; RJ tem 741 mortos

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DA AGÊNCIA BRASIL

O Exército deve começar no sábado (22) a montagem de uma ponte móvel ligando os municípios de Nova Friburgo e Bom Jardim, na região serrana do Rio de Janeiro, atingida por fortes chuvas e avalanches de terra na semana passada. O número de mortos em municípios da região passa de 740.

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De acordo com o relações públicas do Exército, major Rovian Alexandre Janjar, a ponte Compact 200, de origem inglesa, deixou o Batalhão de Engenharia de Combate, no Rio Grande do Sul, no início da manhã da última segunda (17) e deverá chegar na divisa dos dois municípios entre sexta e sábado.

O início dos trabalhos de montagem dependerá, das condições climáticas, uma vez que a ponte pesa cerca de 300 toneladas. Segundo o oficial, hoje o solo está em condições razoáveis, mas se voltar a chover tende a se deteriorar.

"Para que a ponte possa ser montada dependemos das condições do solo em Bom Jardim e Friburgo. Ela pesa 300 toneladas, tem 60 metros de comprimento e capacidade para suportar até 60 toneladas de carga, sendo apropriada para o tráfego intenso", disse o oficial.

De acordo com o major, o Exército poderá montar até cinco pontes na região, uma vez que elas são modulares e o tamanho de cada uma dependerá das exigências das localidades.

Além desses 100 metros que estão vindo da Região Sul, o Exército dispõe de mais 60 metros de ponte em Teresópolis e mais 42 metros no Batalhão Escola de Engenharia, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio.

"São 202 metros de ponte que podemos usar na construção de quatro pontes de cerca de 50 metros, ou cinco ou seis um pouco menores. Vai depender das necessidades", disse o major.

O Exército Brasileiro, por meio do 1º Batalhão Escola de Engenharia (BEsE), já vem realizando trabalhos de desobstrução da estrada que liga o centro de Teresópolis até a região de Sebastiana. A desobstrução da estrada permitirá o transporte e montagem de uma ponte de painéis do tipo Bailey, com capacidade de 80 (oitenta) toneladas sobre o Rio dos Frades, facilitando o acesso de equipes de resgate à região e de outros meios de apoio e serviços. O trabalho deverá estar concluído nas próximas 48 horas.

No km 72 da BR 116, um pelotão de Engenharia está apoiando a população local na retirada de entulhos e escombros, usando máquinas e caminhões.

Editoria de Arte/Folhapress

VÍTIMAS

As chuvas da semana passada causaram estragos em municípios da região serrana e provocaram mortes em quatro cidades: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro.

Os órgãos municipais informaram que não há mais áreas totalmente isoladas nas cidades atingidas. Muitas ainda continuam com difícil acesso, mas já estão recebendo socorro.

Segundo levantamento do Ministério Público, há mais de 200 pessoas desaparecidas. Há desalojados (temporariamente em casa de amigos ou parentes) e desabrigados (aqueles que perderam suas casas e dependem de abrigos públicos).

O PIV (Programa de Identificação de Vítimas), do Ministério Público, cadastra os desaparecidos na região serrana. As informações passadas por parentes e amigos são checadas com dados de hospitais e do IML (Instituto Médico Legal). Ontem, a Promotoria instalou uma central do PIV em Petrópolis. No primeiro dia de funcionamento, o serviço registrou 22 desaparecimentos em consequência das chuvas.

A lista de desaparecidos na região serrana é atualizada frequentemente e pode ser consultada no site do Ministério Público. Familiares e amigos também podem registrar desaparecimentos pela internet ou pelos telefones 0/xx/21/2283-6466, 0/xx/21/2283-6460, 0/xx/21/2283-5674, 0/xx/21/2283-6489 e 0/xx/21/2283-6498, das 8h às 18h.

Vanderlei Almeida/AFP
Criança brinca em abrigo para desabrigados após chuva em Teresópolis; veja outras imagens
Criança brinca em abrigo para desabrigados após chuva em Teresópolis; veja outras imagens

CRIANÇAS

Os governos federal e estadual criaram, em Teresópolis, o Comitê Emergencial de Proteção à Criança e ao Adolescente, para dar segurança e prestar atendimento às crianças e adolescentes vitimadas pelas chuvas. A informação foi dada nesta quarta-feira pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ela visitou Teresópolis para verificar pessoalmente as condições em que estão vivendo crianças e adolescentes nos diversos abrigos improvisados na cidade.

Rosário afirmou que, em Teresópolis, as 2.892 crianças abrigadas na cidade já recebem assistência de ao menos um responsável legal de sua própria família. Ela informou, ainda, que serão criados comitês emergenciais também em Nova Friburgo e Petrópolis para garantir que todas as crianças abrigadas sejam assistidas dentro do que reza as normas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

"Isto significa que as crianças não fiquem abrigadas no mesmo espaço dos adultos, salvo nos casos em que esse adulto seja o pai ou a mãe, ou ainda um parente próximo. A criança tem que ficar protegida por quem é o seu responsável legal."

Caso sejam encontrados, em outros municípios, menores de idade sem parentes que possam assumir a responsabilidade legal, a ministra disse que serão providenciados alojamentos separados dos adultos, "um abrigo só para crianças sob a tutela do Estado".

 

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