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17/02/2011 - 11h19

Empresas da região serrana do RJ não conseguem obter crédito

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CIRILO JUNIOR
DO RIO

Pouco mais de um mês após as chuvas que causaram centenas de mortes, empresários da região serrana do Rio reclamam de dificuldades de acesso à linha de R$ 400 milhões disponibilizada pelo BNDES.

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Ele alegam que o principal entrave está nos bancos, agentes intermediários quando o interessado vai pedir dinheiro. As exigências burocráticas dessas instituições não estariam sendo flexibilizadas, acusam investidores da região.

Segundo o presidente da Associação Comercial de Nova Friburgo, Cláudio Verbicário, quase ninguém conseguiu pegar o dinheiro dessas linha especial. Num universo de quase 5 mil empresas, não mais do que 20 a 30 obtiveram os recursos.

'Uma empresa que está devendo o FGTS não consegue pegar nenhum crédito. Só que estamos diante de uma situação extrema. Deveriam ser mais flexíveis', afirma.

Verbicário lembra ainda que empresas cujos sócios morreram na tragédia também não vêm conseguindo retirar o dinheiro, já que os bancos exigem a documentação completa. O prejuízo estimado para as micro e pequenas empresas de Nova Friburgo é de R$ 200 milhões.

Segundo dados do BNDES compilados até o dia 14 de fevereiro, foram liberados R$ 2 milhões referentes a 25 contratos. Outros 125 pedidos foram aprovados, o que representa mais R$ 15,3 milhões.

Ainda há seis pedidos em análise, que significam mais R$ 6,1 milhões. O BNDES informou que orientou os bancos a facilitarem a liberação de crédito e dispensou a necessidade de registro em cartório dos contratos firmados.

Principal operador da linha do BNDES, o Banco do Brasil garantiu que vem avaliando caso a caso, observando as necessidades de cada questão. O banco informou que, pelas regras do sistema financeiro, micro empresas que faturam até 2,4 milhões por ano estão isentas de apresentar certidões negativas fiscais, previdenciárias e trabalhistas.

Essas empresas precisam estar, no entanto, regularizadas no Cadin, o banco de dados onde se encontram registrados os nomes de pessoas físicas e jurídicas em débito com órgãos e entidades federais.

A Folha apurou que o governo estuda editar uma MP (medida provisória) para flexibilizar as exigências para os comerciantes e agricultores atingidos pelas chuvas da região serrana.

O Sebrae está disponibilizando tendas de atendimento para auxiliar micro e pequenos empresários afetados pelas chuvas. A maior parte dos pedidos é de ajuda para se obter crédito, confirma o gerente de atendimento da instituição, Rodrigo Brantes. Desde o dia 31 de janeiro, foram 1.266 demandas deste tipo.

Os empresários também pedem auxílio para legalizar seus negócios. O Sebrae registrou 685 pedidos para viabilizar a documentação de micro e pequenas empresas.

'Muitos atuavam na informalidade. Mas diante da tragédia, todos necessitam de recursos para se recuperar. A única saída é a legalização do negócio', comenta Brantes.

O gerente do Sebrae lembra que os prejuízos não decorrem simplesmente de perdas na estrutura física das empresas. Com o afastamento de turistas da região serrana, o movimento do comércio local teve forte redução, e algumas empresas perderam até 60% de faturamento.

MORTOS

O número de mortos pro conta das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro passou a marca dos 900, de acordo com balanço da Polícia Civil. No total, são 905 óbitos.

A cidade com mais vítimas da tragédia continua sendo Nova Friburgo, com 426 mortos. Teresópolis registrou 382, Petrópolis, 71, Sumidouro, 21, São José do Vale do Rio Preto, 4 e Bom Jardim registrou um morto.

Editoria de Arte/Folhapress

 

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