Cidades de SP testam spray colante para substituir pimenta

Mais de dez cidades do interior paulista estão testando uma alternativa ao spray de pimenta para garantir a segurança da população em eventos como o Carnaval.

Trata-se de um spray colante que, ao ser aplicado em um folião-problema, faz com que ele tenha dificuldade em enxergar e seja identificado facilmente pela polícia.

Depois de alvejado, o rosto do agressor lembra o daqueles personagens de desenho animado atingidos por uma torta voadora. Só que, nesse caso, a 'torta' tem cores marcantes, como o amarelo.

A Guarda Municipal de Cosmópolis (135 km de SP) adquiriu 80 frascos de spray para utilizar em caso de tumulto no Carnaval. Mais de 10 mil pessoas são esperadas na festa --a cidade tem 58.821 habitantes.

'Existe uma portaria recente do Ministério da Justiça que sugere que os policiais tenham, fora a arma letal, duas não letais. Antes nós usávamos o spray de pimenta, mas ele contaminava o ambiente', relata o secretário de segurança pública de Cosmópolis, Carlos Braga.

Segundo o fabricante, o spray é composto de uma espécie de cola que causa efeito imobilizante e sensação de ardência. Por ter cores fortes e demorar 24 horas para sair, ajuda a identificar e deter um suspeito em meio à multidão.

'Se imaginar uma cola entre a Tenaz e a SuperBonder, ficaríamos no meio', afirma o diretor da fabricante Poly Defensor, Agnaldo Coutinho, que descreve o produto como um conjunto de 'chicletes no rosto do agressor'.

Aprovado em algumas cidades, o spray causou estranheza e foi rejeitado em outras. 'Pedimos o incolor para não pegar muito mal, mas não é prático', diz um guarda de São Carlos.

O diretor da Guarda Municipal de Americana (127 km de SP), Marcelo Feola, comprou, no ano passado, a versão amarela do spray e outra com cheiro de cebola. Agora, voltou para o spray de pimenta. 'É bom, mas vazava um pouco.'