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14/04/2011 - 14h08

Campanha de desarmamento poderá comprar armas de cidadãos

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RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira no Rio que a campanha do desarmamento que o governo promoverá nos próximos meses incluirá a compra de armas de cidadãos que se dispuserem a vendê-las. Ele reconheceu ainda que o combate à entrada ilegal de armas no país precisa ser intensificado.

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"Toda vez que nós realizamos uma campanha de desarmamento, o mapa da violência mostra que cai o nível de homicídios. Isso é fato, não dá para discutir isso. Agora, nossa política de segurança não é só baseada no desarmamento. Nós estamos desenvolvendo um plano de fronteiras. Nós temos claro que o combate à entrada de armas no Brasil passa por um controle, sim, de fronteiras", afirmou o ministro.

Ele afirmou que o ministério está trabalhando para integrar polícias federais, estaduais e Forças Armadas no combate à entrada de armas ilegais, além de reforçar a cooperação com países fronteiriços. O ministro reconheceu, porém, que o número de agentes do governo para vigiar todas as fronteiras é insuficiente.

"É evidente que a questão do efetivo, principalmente num país que tem a dimensão continental que nós temos, é um problema. A fronteira seca do país é imensa. As outras fronteiras são imensas. É óbvio que falta efetivo. Agora, quando você não tem o efetivo ideal, o que você faz? Você faz boa gestão."

Questionado se pediria à presidenta Dilma Rousseff para abrir uma exceção na suspensão de concursos públicos e reabrir o processo seletivo pela qual seriam escolhidos mais de 1.300 novos policiais federais, o ministro não mostrou muitas esperanças.

"É evidente que todo ministro de Estado pede que seu ministério seja uma exceção. Agora, nós temos que pensar na política global do governo. Todos nós vamos pedir para o nosso ministério uma fatiazinha a mais, mas vamos defender o que o governo decidir no final", afirmou.

Cardozo não quis se posicionar sobre a iniciativa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de propor uma nova consulta popular sobre o desarmamento na esteira do massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo.

"O governo vai promover a campanha do desarmamento. Essa é a missão que nós temos da presidenta Dilma Rousseff, é a tarefa que o Ministério da Justiça vai desenvolver em conjunto com a sociedade civil. Em relação ao plebiscito, essa foi uma proposta lançada pelo presidente do Senado, que está sendo debatida. O governo não tem por quê entrar nessa discussão. É uma discussão do Congresso nacional. E claro, aquilo que o Congresso nacional decidir, será aceito."

Na próxima segunda-feira, o ministro se reunirá em Brasília com representantes de organizações da sociedade civil para definir os rumos da campanha de desarmamento.

Em relação às investigações sobre o massacre em Realengo, Cardozo disse que as investigações continuam, mas que por enquanto tudo aponta para o ato individual de uma pessoa com problemas mentais, a despeito de referências deixadas pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira a uma suposta organização radical islâmica.

"A informação que nós temos é que foi um ato de uma pessoa não no seu juízo perfeito e que não tem ligação organizativa a priori com ninguém", disse.

Cardozo participou, no Rio, de um evento sobre liberdade promovido pela Academia Brasileira de Filosofia.

 

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