Publicidade
Publicidade
Parentes de vítimas do voo 447 recebem relatório com descrença
Publicidade
LUIZA SOUTO
DO RIO
Parentes e amigos das vítimas do voo 447 da Air France, que caiu no oceano Atlântico em junho de 2009 ao seguir do Rio para Paris, receberam com descrença o relatório preliminar sobre a queda do avião, divulgado na sexta-feira (27) pelo BEA --órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente.
Veja em flash como foi a queda do voo 447
Igor Gielow: Ainda há dúvidas a responder
Saiba como foram os últimos minutos do voo 447
Passageiro do voo 447 pode não ter percebido queda
'Não estou entendendo nada', disse piloto do 447
Sondas falharam no voo 447, diz Air France
Veja fotos do resgate dos destroços do avião
Leia cobertura completa sobre o voo 447
"Às vezes me parece que eles sabem de muito mais, mas não querem passar tudo. Só sei que estou ainda muito abatida com essa história toda e até penso em procurar um padre aqui da cidade pra ver se me acalmo", disse a aposentada Maria Celina Porcaro Coutinho, 75. Ela perdeu o irmão e a cunhada, Ferdinand e Sônia Porcaro, no acidente. Maria vive com o marido em Muriaé (MG).
O presidente da Associação das Famílias do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, 68, disse que vai lutar pelo filho, Nelson Marinho Filho, 40, até o fim.
"Temos que ter paciência para lutar até o final. Precisamos enterrar nossos entes queridos para finalizar a vida deles com dignidade", disse.
Nelson disse que está cansado de saber da informação divulgada na sexta. "Eu sei disso tudo desde o início. Eu já sabia do problema no Pitot. Esse relatório não diz é nada".
Para Marinho, a Airbus, fabricante do avião, demorou para divulgar mais informações por causa da feira de aviação que aconteceu na Suíça este mês. "Eles não podem fugir da verdade", disse.
Para o professor Álvaro Bragança, 46, amigo da passageira Izabela Maria Furtado Kestler, 50, as autoridades francesas tinham condições de fazer o resgate dos destroços do avião desde o início.
"Eles podiam ter localizado tudo antes. O porquê de só terem feito agora eu não sei", disse Bragança, que esteve com a professora de alemão um dia antes do acidente. "Nós saímos para jantar no Catete (zona sul do Rio) para comemorar o aniversário de uma amiga. Ela estava muito feliz com a viagem".
Izabela Maria era supervisora do Departamento de Línguas Anglo Germânicas da UFRJ e seguia para a Alemanha para participar do congresso anual da Sociedade Goethe.
DADOS
Quase dois anos após a queda do avião que fazia o voo 447, entre o dia 31 de maio e 1º de junho de 2009, o BEA divulgou os primeiros dados registrados nas caixas-pretas.
O relatório aponta que o avião caiu por 3 minutos e 22 segundos antes de tocar a superfície do oceano a uma velocidade de cerca de 200 km/h.
O BEA indicou também que os pilotos viram duas velocidades diferentes nos controles durante menos de um minuto, e que uma delas indicava uma queda acentuada de potência do motor.
Segundo o BEA, o relatório descreve 'de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente'. As primeiras análises definitivas serão apresentadas somente no fim de julho. 'Só depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA', informou o órgão.
Veja aqui como foram os últimos minutos do voo 447
Johann Peschel/Bea/Ecpad/France Presse | ||
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos |
REPORTAGENS
O anúncio do BEA ocorre após pressão feita pela imprensa internacional na última semana, quando foram publicadas reportagens com especulações sobre as causas do acidente.
Após o resgate das caixas-pretas e a confirmação de que os dados do voo poderiam ser lidos, os investigadores franceses haviam informado que a análise do material duraria meses.
O jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus apontava para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA desmentiu as informações, mas resolveu antecipar a divulgação dos primeiros dados recuperados.
No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente. O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.
+ canais
+ Notícias em Cotidiano
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice