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28/05/2011 - 11h05

Parentes de vítimas do voo 447 recebem relatório com descrença

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LUIZA SOUTO
DO RIO

Parentes e amigos das vítimas do voo 447 da Air France, que caiu no oceano Atlântico em junho de 2009 ao seguir do Rio para Paris, receberam com descrença o relatório preliminar sobre a queda do avião, divulgado na sexta-feira (27) pelo BEA --órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente.

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"Às vezes me parece que eles sabem de muito mais, mas não querem passar tudo. Só sei que estou ainda muito abatida com essa história toda e até penso em procurar um padre aqui da cidade pra ver se me acalmo", disse a aposentada Maria Celina Porcaro Coutinho, 75. Ela perdeu o irmão e a cunhada, Ferdinand e Sônia Porcaro, no acidente. Maria vive com o marido em Muriaé (MG).

O presidente da Associação das Famílias do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, 68, disse que vai lutar pelo filho, Nelson Marinho Filho, 40, até o fim.

"Temos que ter paciência para lutar até o final. Precisamos enterrar nossos entes queridos para finalizar a vida deles com dignidade", disse.

Nelson disse que está cansado de saber da informação divulgada na sexta. "Eu sei disso tudo desde o início. Eu já sabia do problema no Pitot. Esse relatório não diz é nada".

Para Marinho, a Airbus, fabricante do avião, demorou para divulgar mais informações por causa da feira de aviação que aconteceu na Suíça este mês. "Eles não podem fugir da verdade", disse.

Para o professor Álvaro Bragança, 46, amigo da passageira Izabela Maria Furtado Kestler, 50, as autoridades francesas tinham condições de fazer o resgate dos destroços do avião desde o início.

"Eles podiam ter localizado tudo antes. O porquê de só terem feito agora eu não sei", disse Bragança, que esteve com a professora de alemão um dia antes do acidente. "Nós saímos para jantar no Catete (zona sul do Rio) para comemorar o aniversário de uma amiga. Ela estava muito feliz com a viagem".

Izabela Maria era supervisora do Departamento de Línguas Anglo Germânicas da UFRJ e seguia para a Alemanha para participar do congresso anual da Sociedade Goethe.

Folhapress

DADOS

Quase dois anos após a queda do avião que fazia o voo 447, entre o dia 31 de maio e 1º de junho de 2009, o BEA divulgou os primeiros dados registrados nas caixas-pretas.

O relatório aponta que o avião caiu por 3 minutos e 22 segundos antes de tocar a superfície do oceano a uma velocidade de cerca de 200 km/h.

O BEA indicou também que os pilotos viram duas velocidades diferentes nos controles durante menos de um minuto, e que uma delas indicava uma queda acentuada de potência do motor.

Segundo o BEA, o relatório descreve 'de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente'. As primeiras análises definitivas serão apresentadas somente no fim de julho. 'Só depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA', informou o órgão.

Veja aqui como foram os últimos minutos do voo 447

Johann Peschel/Bea/Ecpad/France Presse
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos

REPORTAGENS

O anúncio do BEA ocorre após pressão feita pela imprensa internacional na última semana, quando foram publicadas reportagens com especulações sobre as causas do acidente.

Após o resgate das caixas-pretas e a confirmação de que os dados do voo poderiam ser lidos, os investigadores franceses haviam informado que a análise do material duraria meses.

O jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus apontava para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA desmentiu as informações, mas resolveu antecipar a divulgação dos primeiros dados recuperados.

No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente. O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.

 

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