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06/06/2011 - 19h27

Chuvas deixam Roraima isolado e com risco de desabastecimento

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ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BOA VISTA (RR)

Roraima enfrenta a temporada de chuvas mais rigorosa de sua história. Estradas estão alagadas e quatro municípios da região sul --Caroebe, São Luiz do Anauá, São João da Baliza e Rorainópolis-- estão debaixo d'água. O Estado está isolado por via terrestre e há risco de desabastecimento de alimentos e combustível, que chegam por Manaus (AM).

No domingo (5), o governo de Roraima decretou estado de calamidade pública por causa das fortes chuvas que já deixaram centenas de desabrigados. O Estado é cortado por rios e igarapés que transbordaram. Os 14 municípios do interior estão isolados da capital e nove deles decretaram situação de emergência.

A Companhia Energética de Roraima anunciou que os municípios de Caracaraí, Normandia e Bonfim terão o abastecimento elétrico racionado. As águas invadiram as termelétricas e veículos da empresa não conseguem chegar às cidades com óleo diesel para alimentar as máquinas. O fornecimento de água também será prejudicado.

Aproximadamente 25 mil alunos do interior terão as férias escolares antecipadas devido às chuvas. Não há como chegar às escolas. Pontes foram destruídas pela força das águas e algumas estradas cederam. Plantações inteiras foram inundadas.

De acordo com o presidente da Associação de Supermercados de Roraima, José Saraiva Júnior, desde a semana passada Roraima não consegue trazer produtos do Amazonas. Alguns gêneros alimentícios, como frutas regionais, estão em falta. Os que ainda estão disponíveis duplicaram ou triplicaram de preço. Um dos exemplos é o tomate. O quilo, antes vendido a R$ 4, está sendo comercializado a R$ 7,60. 'Se a situação não for resolvida em cinco dias, teremos desabastecimento, inclusive de produtos de primeira necessidade', disse.

A assessoria de comunicação do governo de Roraima informou que o governador Anchieta Júnior (PSDB) falou por telefone com a presidente Dilma Rousseff (PT), que lhe prometeu apoio. Ele tem reuniões marcadas com os ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e das Cidades, Mário Negromonte, onde tratará da liberação de recursos.

Anchieta Júnior solicitou ao Estado de Goiás o envio de 200 bombeiros militares e pediu o auxílio de 60 homens da Força Nacional de Segurança. Policiais militares, rodoviários e bombeiros foram deslocados para as áreas mais críticas.

A região mais atingida pelos alagamentos é o sul do Estado, na divisa com o Amazonas. A BR-174, única ligação terrestre com o restante do país, está inundada, tanto no trecho que liga Roraima ao Estado vizinho quanto na fronteira com a Venezuela.

As Forças Armadas vão auxiliar na reconstrução de pontes e estradas e na remoção de moradores.

VÍTIMAS

Segundo dados da Defesa Civil, há ao menos 412 pessoas entre desalojadas e desabrigadas, somente em Boa Vista. Não há um número exato de vítimas no interior de Roraima em razão da dificuldade de comunicação.

As fortes chuvas castigam todo o Estado. Tanto bairros nobres da capital como pequenos vilarejos do interior estão debaixo d'água. Quem perdeu tudo foi levado para abrigos.

O inverno em Roraima começa em abril e termina em setembro. A previsão de chuvas para o mês de maio era de 300 a 450 milímetros, mas choveu 600 milímetros. Para o mês de junho, a precipitação prevista é a mesma.

 

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