Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/06/2011 - 18h55

Bombeiros dizem que só discutem reajuste após libertação

Publicidade

FÁBIO GRELLET
DO RIO

O reajuste salarial anunciado pelo governo Sérgio Cabral (PMDB) não foi comunicado oficialmente aos bombeiros. Eles tomaram conhecimento por meio de deputados estaduais.

Veja fotos de protestos pelo Estado do Rio
Rio cria nova secretaria e antecipa reajuste a bombeiros
Após reajuste, governo do RJ pede voto de confiança a bombeiros
Defensoria estuda medida para libertar bombeiros presos no Rio
Atores da Globo apoiam bombeiros do Rio em vídeo

No entanto, líderes da mobilização afirmam que não é hora de discutir o reajuste. "Nosso foco agora é a libertação dos 439 bombeiros presos. Só vamos discutir salário depois", diz Cristiane Daciolo, 37, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, um dos detidos desde sábado.

"Pelo que soube, esse reajuste não é condizente com o salário que reivindicamos, de R$ 2.000 líquidos. Mas agora não é isso que importa", afirma Cristiane.

O governo anunciou hoje que antecipará seis meses de reajustes salariais a bombeiros, policiais militares e civis e agentes penitenciários.

Foi enviada à Assembleia Legislativa mensagem concedendo aumento imediato de 5,58% aos 127.276 servidores ativos, aposentados e pensionistas englobados nessas quatro categorias. O impacto orçamentário será de R$ 323 milhões.

Com isso, o salário-base dos bombeiros passará de R$ 1.151 para R$ 1.215, segundo dados oficiais do governo --os bombeiros dizem que o salário-base da categoria é de R$ 950.

Além da antecipação do reajuste, o governo anunciou a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, que será chefiada pelo coronel Sérgio Simões --ele já tinha sido nomeado comandante-geral do Corpo de Bombeiros no último sábado (4) e agora acumulará os dois cargos.

Divulgação
Bombeiros e parentes de bombeiros protestam contra as prisões em Cabo Frio (região dos lagos)
Bombeiros e parentes de bombeiros protestam contra as prisões em Cabo Frio (região dos lagos)

INVASÃO

Na noite da última sexta-feira (3), o quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.

Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h do sábado (4) o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás e, logo após, liberada.

Os líderes da invasão ao quartel podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.

Leitor
Bombeiros do Rio registram situação dos presos no quartel de Gragoatá, em Niterói (região metropolitana)
Bombeiros do Rio registram situação dos presos no quartel de Gragoatá, em Niterói (região metropolitana)

"VÂNDALOS"

Em entrevista coletiva no sábado (4), o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação 'inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro'.

Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial.

No dia, Cabral anunciou o coronel Sergio Simões como novo comandante do Corpo de Bombeiros e subsecretário de Defesa Civil do Estado, no lugar do coronel Pedro Machado.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página