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07/07/2011 - 21h33

Comi só um palmito em 2 dias, diz vigia que se perdeu na serra do Mar

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FELIPE CARUSO
DE SANTOS

Nos dois dias em que ficou perdido na serra do Mar, a única coisa que o vigilante da estação biológica da USP (Universidade de São Paulo) comeu foi um palmito que encontrou na mata. Ao seguir o curso do rio Guaratuba, Geraldo Santos conseguiu sair da floresta na manhã desta quinta-feira (7) e chegar a Boraceia, no litoral paulista.

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Numa ronda de rotina por volta das 9h de terça-feira, Santos entrou numa das trilhas nas imediações da estação em que trabalha há 13 anos. Embora soubesse que a bióloga da USP Francisca Carolina do Val, 65, e outras seis pessoas estivessem perdidas na serra, não pretendia procurá-los sozinho. O grupo foi encontrado na terça, poucas horas depois de o vigilante se perder.

"Estava preocupado com a doutora Francisca e com vontade de descer a serra atrás deles, mas, como não conheço o caminho, decidi voltar. Foi aí que me deu um branco e não consegui", conta.

Ao deparar-se com um penhasco que desconhecia, Santos percebeu que estava perdido. Sem comida nem barraca e com dois casacos e um facão, Santos buscou lugar para dormir embaixo de uma árvore, assim que escureceu.

"Meus medos eram o sofrimento da minha mulher e das minhas duas filhas e o frio. Precisava continuar caminhando", lembra.

Para se aquecer, pulava e fazia exercícios a cada duas horas durante a noite. Levantou-se e voltou a caminhar ao raiar do dia.

Frustrado por não conseguir voltar para a estação biológica, em Salesópolis (SP), o vigilante decidiu descer a serra seguindo o curso de um rio, agarrando-se à esperança de chegar ao litoral.

CHUVA

Superando pedras e penhascos, Santos chegou ao local conhecido como varjão do rio Guaratuba. Entre pancadas de chuva e exercícios para se aquecer, o vigilante tentou descansar, mas não conseguiu pegar no sono. Levantou-se antes de o dia clarear e voltou a caminhar.

Tempos depois, com as roupas molhadas, as mão feridas por espinhos e cansado, Santos apareceu no muro de uma pousada em Boraceia, por volta de 11h.

O casal que cuidava do local recebeu Santos, lhe deu pão, café e roupas secas e chamou a polícia. O vigilante foi levado para o pronto-socorro de Bertioga, onde foi medicado e liberado em seguida. Na tarde desta quinta-feira, Santos voltou para casa. "Todos já estavam esperando o pior. Graças a Deus consegui voltar."

 

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