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Conselho pede mais investimentos para tratar usuário de crack
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CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA
O CFM (Conselho Federal de Medicina) sugeriu, nesta quarta-feira, que haja mais investimentos em capacitação policial e possíveis mudanças na legislação para que internações de usuários de crack sejam feitas "na forma lei".
Atualmente, a legislação não prevê ação policial e as internações dependem de laudos médicos e psiquiátricos.
"O tratamento dos dependentes da droga não é um trabalho só de médico, mas multiprofissional. Se não houver vontade política efetiva no enfrentamento, não será possível combater o crack", afirmou o presidente do conselho, Roberto d'Ávila.
Os representantes do conselho ainda reclamaram da redução de recursos direcionados ao combate ao crack. "Soubemos que teremos R$ 400 milhões para quatro anos [2011-2015]. Se para um ano é pouco, para quatro é mais ainda. Não adianta termos as soluções se não temos o custeio", afirmou Ricardo Paiva, responsável pelo estudo "Diretrizes Gerais para assistência integral ao crack" lançado pelo CMF.
De acordo com o estudo, o tratamento dos usuários deve ser organizado em três eixos: policial, social e médico. Para Ricardo Paiva, o uso da droga está relacionado à violência. "Dos 6 milhões de usuários no Brasil, 2 milhões morrem -- sendo que 85% das mortes têm origem na violência", afirmou Paiva.
O médico disse que o eixo policial deve ser fortalecido não para reprimir os dependentes, mas também para evitar a proliferação da droga no país. 'Deve haver um estudo da economia do crack, da movimentação financeira que ela origina e um controle fiscal dos insumos próprios da droga', disse.
No eixo social, o conselho afirmou ser necessária a inclusão dos usuários após o tratamento inicial da dependência. "O perfil do usuários do crack é de homens jovens, negros e de baixa renda. A maioria nunca teve acesso à uma biblioteca. Muitos dependentes têm dificuldades até de se expressar. Deve haver um esforço no sentido de garantir a empregabilidade e a inclusão", afirmou o presidente do Conselho, Roberto d'Ávila.
No eixo médico, o CMF elaborou um manual para ser usado pelos profissionais no tratamento dos dependentes. "Queremos levar ao médico um manual para que ele entenda a dimensão do problema e tenha como manuseá-lo de forma integrada", afirmou Ricardo Paiva.
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