Publicidade
Publicidade
Mortos em confronto dentro de supermercado são identificados
Publicidade
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Os seis homens mortos pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), espécie de grupo especial da Polícia Militar de SP, na madrugada do dia 5, durante a tentativa de roubo de quatro caixas eletrônicos no supermercado CompreBem, no bairro Parada de Taipas (zona norte de SP), foram identificados pela Polícia Civil.
Veja imagens do tiroteio que deixou seis mortos
Promotoria investiga ação com 6 mortos em mercado
Polícia prende suspeito de participar de tiroteio na zona norte
Alessandro Leal Paes da Silva, 29, Nicomedes Teixeira, 34, Adriano Silva Santos, 24, Diego Santana da Silva, 23, Fabiano Gomes de Brito e João Edinaldo Soares da Silva foram mortos, segundo a versão dos PMs da Rota, ao resistir à prisão e ao atirar contra os policiais que tentavam prendê-los.
Um sétimo acusado de participar do roubo, Reginaldo Moura da Conceição, morador de Pirituba (zona norte), foi preso horas depois da tentativa de roubo em um hospital da zona leste. Segundo a Polícia Civil, ele confessou participação no crime.
Com os seis mortos, os PMs disseram ter apreendido duas fuzis, duas metralhadoras, duas escopetas calibre 12 e uma pistola. Essa última arma, uma calibre 380, é investigada como procedente de um lote que foi comprado pela Polícia Militar de SP.
Os coletes à prova de bala apreendidos com os seis mortos também são rastreados pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, e pela Corregedoria da PM já que, de acordo com integrantes da Polícia Militar, eles podem pertencer à corporação. Os números de série desses equipamentos de segurança são as pistas.
Existe a suspeita, por parte da Corregedoria da PM e da Polícia Civil, de que policiais militares estejam entre os 15 ladrões que invadiram o mercado e fizeram três funcionários reféns. Dois PMs da área do mercado são suspeitos de usar um carro da corporação para dar cobertura aos criminosos durante o roubo.
Ontem (10), o Gecep (Grupo de Atuação de Controle Externo da Atividade Policial), órgão do Ministério Público Estadual que investiga possíveis crimes cometidos por policiais, passou a apurar as mortes cometidas pelos PMs da Rota.
Na sexta-feira, horas após o tiroteio no CompreBem, o chefe da Rota, tenente coronel Paulo Adriano Telhada, afirmou que seus comandados agiram dentro da lei e que as mortes só ocorreram porque os ladrões se recusaram a se entregar e atiraram contra os policiais.
Rivaldo Gomes-5.ago.11/Folhapress | ||
Policial da Rota observa carro usado por criminosos em tentativa de roubo em SP; seis criminosos morreram |
A investigação do DHPP aponta que, durante o suposto confronto entre os PMs da Rota e os ladrões, na laje do depósito do supermercado, a câmera de segurança que estava voltada exatamente para a área foi desviada pelos policiais militares.
Também existe uma dúvida sobre os motivos que levaram a Rota a participar do tiroteio, pois os policiais do grupo estavam em Santo André, no ABC paulista, quando foram chamados para Parada de Taipas.
Um dos chefes do 18º Batalhão da PM envolvidos diretamente nas seis mortes dentro do CompreBem é o capitão Fábio Paganotto Carvalho. Nos anos 2000, ele era do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), extinto setor da PM que recrutava presos irregularmente a fim de infiltrá-los em operações contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em 2002, 12 homens, parte deles da facção criminosa, foram mortos no pedágio de uma rodovia em Itu (101 km de SP), numa emboscada do Gradi. Por causa dessa emboscada, 53 PMs e dois presos que participaram da operação são alvo de uma ação penal, ainda em tramitação.
De acordo com policiais do 18º Batalhão, uma ligação anônima para a sede do batalhão fez com que o roubo contra o CompreBem fosse descoberto. A Polícia Civil e a Corregedoria da PM tentam descobrir se isso é verdade, já que o normal seria que a denúncia fosse feita diretamente para os telefones 181 (Disque Denúncia) ou 190 (PM).
A suspeita é a de que algum PM do próprio 18º Batalhão tenha sido chamado para participar do roubo dos caixas eletrônicos e avisou seus superiores.
MULHER DE MORTO
Na tarde de ontem, a mulher de um dos seis mortos pela Rota foi interrogada pelo DHPP. Ela é funcionária do supermercado CompreBem e, no dia da tentativa de roubo, a mulher estava em férias. A polícia tenta descobrir se essa funcionária teve ou não participação no ataque contra os caixas eletrônicos.
Ao mesmo tempo em que a Polícia Civil concluiu a identificação dos seis mortos no tiroteio com a Rota, descobriu-se também que um policial militar do 18º Batalhão, o mesmo que atende a área onde fica o CompreBem, está desaparecido desde a tentativa de roubo. Ele é conhecido como Maximiliano.
+ Canais
- Acompanhe a editoria de Cotidiano no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
- Conheça a página da Folha no Facebook
+ Notícias em Cotidiano
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice