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Procuradoria acusa 31 por importação ilegal de carros de luxo no Rio
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MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
Cinco procuradores da República no Rio ofereceram denúncia (acusação formal) contra 31 integrantes de uma quadrilha ligada à máfia dos caça-níqueis e desarticulada pela Polícia Federal no último dia 7.
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O grupo é acusado pelos crimes de contrabando, facilitação ao contrabando, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e quadrilha. Caberá à Justiça decidir se aceita a denúncia e abre processo contra os acusados.
De acordo com investigações da PF, os criminosos exploravam máquinas de caça-níqueis no Rio programadas para lesar os apostadores. Os componentes eram trazidos do exterior e instalados por técnicos israelenses. O dinheiro obtido com as apostas era aplicado em bens como imóveis --o que, para os procuradores, caracteriza o crime de lavagem de dinheiro.
Na denúncia, os procuradores informam que a quadrilha trouxe para o Brasil, ilegalmente, carros de luxo usados dos Estados Unidos, o que também caracterizaria contrabando. No Brasil, a quadrilha tentava ocultar a origem dos veículos importados ilegalmente, adulterando a documentação dos carros e emplacando em nome de "laranjas".
Segundo os procuradores, era criada uma cadeia de compra e venda do mesmo veículo para que o comprador ficasse distante da ilegalidade praticada na importação. Os compradores pagavam os carros em dinheiro ocultando, segundo os policiais, a sua origem. Para os procuradores, a medida tenta dificultar o rastreamento da origem ilícita, o que facilita a sonegação fiscal.
Houve veículos adquiridos por até R$ 1,5 milhão. Alguns dos compradores seriam jogadores de futebol e cantores. Os nomes não foram confirmados pelo MPF (Ministério Público Federal). A 3ª Vara Federal Criminal decretou sigilo no processo.
Entre os denunciados está José Caruzzo Scafura, o Piruinha, e o seu filho Haylton Carlos Gomes Scafura. A dupla seria responsável por explorar o jogo com máquinas de caça-níqueis em bairro da zona norte do Rio.
Também foi denunciado o israelense Yoram El Al. Procurado pela Interpol por tráfico de drogas, El Al chegou a traficar mais de um milhão de comprimidos de ecstasy para os Estados Unidos, no início da década. Ele foi preso pela PF em 2006, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) negou a extradição por duas vezes. Primeiro para o Uruguai e depois para os Estados Unidos.
Um relatório da própria Polícia Federal informa que Yoram El Al teria trazido um israelense ao Rio para colocar uma bomba no carro do contraventor Rogério Andrade. O carro em que Andrade estava explodiu em 2010, na Barra da Tijuca. O seu filho morreu no atentado planejado, supostamente, por seus próprios parentes.
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