Para a polícia, morte de sem-terra em MG pode ter sido planejada

Atualizado às 15h40.

O delegado Samuel Barreto de Souza afirmou na manhã desta segunda-feira que "tudo levar a crer que houve uma execução" no caso dos três integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) assassinados no final de semana, em Uberlândia (556 km de BH), no Triângulo Mineiro.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, Souza deu a declaração em entrevista coletiva. Dois dos sem terra eram líderes do MLST na região.

Três sem-terra são mortos na região de Uberlândia

A assessoria informou ainda que os autores abordaram as vítimas com intenção exclusiva e já planejada de matar.

Ainda de acordo com a assessoria, diferentemente da versão inicial da Polícia Militar, os três militantes sem terra foram mortos com tiros na cabeça, o que reforça a hipótese de "execução".

No sábado, a PM informou que dois deles receberam disparos na cabeça --um teria levado tiro no pescoço.

À Folha, no domingo, o secretário de Estado da Defesa Social, Rômulo Ferraz, afirmou que a principal hipótese para a motivação do crime era um conflito interno das vítimas dentro do MLST. Ferraz não descartou, porém, outras possibilidades, como o suposto envolvimento de fazendeiros.

Para polícia, hipótese para mortes de sem-terra em MG é 'conflito interno'

De acordo com as investigações, Valdir Dias Ferreira, 39, Milton Santos Nunes da Silva, 51, e Clestina Leonar Sales Nunes, 47, que residiam no acampamento 21 de Agosto, na Fazenda São José dos Cravos, em Prata, viajavam para Uberlândia, quando foram abordados por quatro homens.

Os suspeitos estavam em outro carro --possivelmente um Gol prata. A abordagem ocorreu em Miraporanga, distrito de Uberlândia.

Apenas um dos suspeitos fez os disparos. Uma criança de cinco anos que também estava no carro das vítimas foi poupada.

Ainda por meio da assessoria, o delegado informou, no entanto, que ainda não há suspeitos do crime. "Há indícios, mas isso somente as investigações irão apontar", afirmou.