PMDB mineiro aprova intervenção no diretório municipal de Uberaba

A executiva estadual do PMDB de Minas Gerais aprovou na manhã desta segunda-feira (14) a intervenção no diretório municipal do partido em Uberaba (471 km de Belo Horizonte) para a definição do candidato à prefeitura.

A medida provocou protestos do atual prefeito Anderson Adauto (PMDB), que chamou a decisão de um "golpe" para abrir caminho para a escolha do deputado federal Paulo Piau Nogueira, pré-candidato.

"Estou estarrecido pela posição da executiva, porque o diretório foi constituído já há alguns anos de forma legal", disse Adauto, que está em seu segundo mandato e pretende lançar como sucessor seu secretário de governo, Rodrigo Mateus de Oliveira Signorelli.

Com a decisão, aprovada por dez votos a um pela cúpula mineira do partido, será criada uma comissão interventora, com cinco membros, indicados pela executiva. É a comissão quem definirá como será a escolha do candidato do PMDB.

No último dia 26, o diretório local fez uma prévia interna apenas com pré-candidatos sem mandato. De três nomes, o mais votado, com 45 votos, foi o atual secretário de governo.

À Folha o deputado Paulo Piau disse que não concordou com a prévia, porque foi "apenas um movimento que o prefeito organizou" em torno do nome de Signorelli.

Em uma pesquisa com moradores de Uberaba, encomendada pelo PMDB, o nome do deputado federal aparece com maior aprovação do que o do secretário de Adauto, segundo afirma a executiva estadual.

Já para o prefeito, a executiva mineira apenas seguiu uma ordem da cúpula nacional do partido de privilegiar Piau, como forma de compensar o deputado por sua atuação como relator do texto para a reforma do Código Florestal.

Piau rebateu a crítica, dizendo que não existe tal relação e que o código nem foi citado na reunião. "É mais uma invenção dele [Adauto], que vai criando factóides. Isso é próprio dele".

O primeiro-secretário da executiva estadual do partido, Itamar de Oliveira, negou ter havido influência do PMDB nacional na decisão e disse que não há ainda definição de candidato.

Oliveira admitiu que a votação não deixou de ser um reflexo do resultado da pesquisa popular. "Ela mostrou que o nome do secretário do prefeito não tem a viabilidade eleitoral que o prefeito esperava, apesar de ele [Adauto] ser bem avaliado na cidade".