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Ribeirão Preto
Comoção marca final de sequestro de adolescente em Cássia (MG)
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DE RIBEIRÃO PRETO
Uma vigília de fiéis em oração atravessou a madrugada de terça (18) para quarta-feira (19) na paróquia Santa Rita de Cássia, da cidade mineira Cássia (384 km de Belo Horizonte).
Ao contrário das outras vezes, não era uma oração para celebrar um festa religiosa, como a Páscoa, ou para um morador doente.
A cidade rezava pelo retorno de uma adolescente de 15 anos, filha de um fazendeiro que ficou 30 horas sob o poder de sequestradores.
Cássia, de 17,4 mil habitantes, nunca havia registrado um sequestro, segundo informações da própria Polícia Civil do município.
O crime mobilizou policiais paulistas e também da corporação de Belo Horizonte. Mas, até o início da noite desta sexta-feira (21), nenhum suspeito havia sido preso.
As horas de agonia da família Campos começaram na manhã da última terça-feira. A mãe da adolescente saía com a filha para levá-la à escola quando foram rendidas por homens armados e encapuzados. Apesar dos gritos da mãe, a garota foi levada pelos sequestradores. Um bilhete escrito por eles exigia o pagamento de R$ 1 milhão.
Edson Silva/Folhapress | ||
A adolescente de 15 anos vítima de sequestro recebe flor de uma amiga em Cássia (MG) |
A partir daí, seguiram-se 30 horas sem notícias da menina. O padre Sandro Henrique Almeida dos Santos visitou a família para dar apoio espiritual. "Várias pessoas se revezaram em oração na igreja. Nunca tinha visto uma movimentação para orações assim, com essa intensidade."
Amigos usaram a rede social Facebook para espalhar fotos da menina atrás de informações.
Segundo a polícia, a garota contou que ficou a maior parte do tempo vendada. Depois, foi abandonada pelos sequestradores amarrada com fita adesiva a uma árvore, perto de Patrocínio Paulista.
A polícia ainda investiga o que ocorreu, mas desconfia que os bandidos desistiram da ação por algum motivo.
FESTA NA VOLTA
Mesmo presa, a garota conseguiu se soltar e ligou para o pai. A polícia, então, foi acionada para buscá-la.
Quando voltou para casa, na quarta de manhã, ela foi recebida por familiares e amigos da escola com cartazes, bexigas e flores.
Nesta sexta (21), quando a Folha esteve em Cássia, a família não quis conversar pessoalmente com a reportagem. Por telefone, a mãe contou que nenhum familiar ainda havia conseguido dormir direito.
"Ficamos comovidos com as homenagens e orações, só agradecemos." Na quarta, a cidade celebrou o retorno de Clara com uma missa.
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