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Ribeirão Preto

30/12/2012 - 06h17

Cidades pequenas viram alvo de furtos a caixas eletrônicos

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JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

Em dez meses, 38 caixas eletrônicos foram alvos de furto ou roubo em dez cidades da região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). De um total de 21 ocorrências, 16 casos --ou 76%-- foram em localidades com menos de 30 mil habitantes.

Segundo as polícias Civil e Militar, as ações possuem semelhanças: acontecem de madrugada, em poucos minutos, com a participação de vários ladrões divididos em mais de um carro (quase sempre roubados ou furtados) e com a utilização de dinamite para explodir os equipamentos e levar o dinheiro.

Outra similaridade: logo após o assalto, os criminosos atiram para cima, mesmo quando não há confronto com policiais.

Entre os dez municípios que registraram assaltos a caixas eletrônicos, seis são cidades pequenas (além de São Lourenço do Turvo, distrito de Matão). Em cinco dessas localidades, houve mais de um furto no ano: Santa Rita do Passa Quatro (26.530 habitantes), Dourado (8.610), Colômbia (6.001), Aramina (5.211) e no distrito de Matão (cerca de 3.000).

Mariana Martins - 2.out.12/Folhapress
Caixas eletrônicos destruídos após explosão em agência bancária de Colômbia, no interior de São Paulo
Caixas eletrônicos destruídos após explosão em agência bancária de Colômbia, no interior de São Paulo

Os números mostram que os assaltos, abundantes na capital e Grande São Paulo em 2011, migraram para pequenas cidades neste ano.

Para Fernando Araújo Moreira, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), membro efetivo do Conseg (Conselho de Segurança Comunitário) e especialista na área de segurança pública, os ladrões miram as cidades menores por causa da falta de segurança.

"São poucos policiais nesses municípios. Os bandidos sabem que esses locais estão desprotegidos. Além disso, o interior do Estado é perfeito porque existem inúmeras rotas de fuga", afirma Moreira.

O quadro dessas localidades ajuda, diz ele. Cidade pequena, com dois ou três policiais de plantão à noite. "Aí chegam 20 caras, em dois carros, armados de fuzis. Quem você acha que tem chance?"

Esse cenário possibilita que os ladrões assaltem a mesma cidade mais de uma vez. Foi o que ocorreu em Colômbia, vítima de duas explosões diferentes em junho e outras duas em outubro. "É como tirar doce de criança."

A solução para o problema, segundo o professor, é apenas uma: melhorar a segurança e a vigilância nesses municípios, mesmo com índices de criminalidade discretos.

"O Estado deve sempre estar preparado para o pior, mas não é isso o que acontece", afirma. A PM disse que tem aumentado o policiamento nessas localidades.

'TERRORISMO'

Sobre os disparos que a maioria dos bandidos faz após os assaltos, Moreira afirma que a prática é uma forma de intimidar a população e a polícia. "Isso é terrorismo. Além de roubar, os caras querem causar uma sensação de insegurança."

Segundo o pesquisador, os disparos têm ainda o objetivo de os ladrões mostrarem que têm poder.

 

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