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Ribeirão Preto

03/01/2013 - 05h26

Exportações de calçados em Franca (SP) caem 36,8% em cinco anos

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ANGELO SASTRE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

As indústrias de calçados de Franca (400 km de São Paulo) viram as exportações caírem 36,8% num intervalo de cinco anos. A perda média, por ano, é de R$ 89 milhões, levando-se em conta dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo a pasta, em 2008 as exportações do município acumulavam US$ 120 milhões (R$ 245,52 milhões) de janeiro a novembro. Em 2012, no período, o volume de negócios acumulado é de US$ 76 milhões (R$ 155,496 milhões) em vendas ao exterior.

A perda de receita é maior, por exemplo, que todo o volume de café exportado pelo município em 2012 até novembro: US$ 36,5 milhões.

Para empresários e especialistas, as principais causas são os efeitos da crise mundial, a concorrência internacional e os obstáculos impostos por barreiras comerciais.

O presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão, afirmou que as exportações caem desde 1993. "Em 2011 foram exportados três milhões de pares. Em 2012, a previsão é fechar com 2,5 milhões", disse.

Ele afirmou ainda que, em razão de fatores como a legislação trabalhista e a carga tributária, não é possível concorrer com outros países.

"O setor está pessimista sobre as reformas. Não podemos exportar impostos e isso dificulta a concorrência." Para ele, o que tem salvado a indústria é o mercado interno.

Edson Silva-14-nov.2012/Folhapress
Operários na linha de produção da fábrica Jota Pe em Franca (SP)
Operários na linha de produção da fábrica Jota Pe em Franca (SP)

Para Anderson Melo, gerente de exportação da Democrata, a variação do câmbio tornou o calçado brasileiro menos atraente do ponto de vista comercial no exterior.

A empresa, que chegou a exportar cerca de 50% de sua produção, hoje embarca de 20% e 25% do que produz.

Segundo ele, a crise europeia e o avanço da indústria em países como Portugal tem conquistado mercados como França e Itália. "Portugal consegue produzir alta qualidade por um valor menor, principalmente porque deixa de existir custo de transporte."

Economista e professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, da USP, Edgar Monforte Merlo disse que empresas têm se reposicionado para recuperar mercado. "Há quem esteja implantando linhas de produção no exterior para ter como concorrer", disse.

 

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