Publicidade
Publicidade
Ribeirão Preto
Usinas são alvo de 9 ações contra pagamento a boia-fria por produção
Publicidade
DE RIBEIRÃO PRETO
O Ministério Público do Trabalho foi à Justiça com nove ações, desde o final de 2011, contra usinas de açúcar e álcool instaladas nas regiões de Araraquara (273 km de São Paulo) e Araçatuba (527 km de São Paulo), com o objetivo de abolir o pagamento de salários dos cortadores de cana por tonelada colhida.
Numa delas, a Justiça do Trabalho de Matão (305 km de São Paulo), em decisão inédita --segundo o órgão--, proibiu a usina Santa Fé, de Nova Europa (317 km de São Paulo), de vincular os vencimentos dos trabalhadores à quantidade de cana colhida por eles.
De acordo com o procurador Rafael de Araújo Gomes, de Araraquara, a decisão abre um precedente para que outros juízes tenham o mesmo entendimento, e também proíbam esse sistema de remuneração em outras localidades do Estado.
A Santa Fé informou que já recorreu. A Unica, entidade que representa usinas no centro-sul do país, diz que a remuneração por produção é legítima, amparada por lei e validada por acordos coletivos há várias décadas.
A decisão é de outubro de 2012, mas as partes só foram notificadas na semana passada.
Edson Silva/Folhapress | ||
Trabalhador rural corta cana em canavial próximo a Guariba (SP) |
Nesta segunda-feira (28), o procurador disse à Folha que a ação foi proposta porque no pagamento do salário por produção os trabalhadores acabam fazendo um esforço físico excessivo para obter um rendimento satisfatório.
Ele disse que pesquisas acadêmicas comprovam que o esforço diário de um cortador é semelhante à disputa de uma maratona (modalidade no atletismo em que os competidores correm 42 km).
"Essa forma de remuneração [por tonelada de cana] causa sérios danos à saúde do trabalhador. Isso já foi comprovado por diversos estudos", disse o procurador.
Ele afirmou ainda que foram cinco ações propostas na região de Araçatuba e quatro, em Araraquara.
Apesar da nova lei que começa a valer a partir de 2014, que proíbe no Estado a queima da cana --o que viabiliza o corte manual-- o procurador disse que as ações são importantes para garantir melhorias nas condições de trabalho dos cortadores enquanto a atividade durar.
GOLPES
Nota enviada pelo Ministério Público do Trabalho aponta que um estudo elaborado por universitários apresenta números que dão a dimensão do esforço dos cortadores durante a jornada de um dia.
"Eles desferem uma média de 3.792 golpes com o podão [foice utilizada para cortar a cana], realizam 3.394 flexões de coluna e levantam cerca de 11,5 toneladas de cana", informa trecho da nota.
"A expectativa, agora, é que haja outras decisões favoráveis", disse Gomes.
Notícias
- Em um ano, atropelamentos crescem 16% em Ribeirão Preto
- Barbieri 'copia' Dárcy em venda de área em Araraquara
- IPTU pago à vista tem até 10% de desconto na região de Ribeirão Preto
+ Canais
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice