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Ribeirão Preto

09/04/2013 - 05h25

Com obras de Salvador Dalí, São Carlos quer atrair turismo das artes

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DANIELA SANTOS
ENVIADA ESPECIAL A SÃO CARLOS

Com cem gravuras do pintor Salvador Dalí (1904-89), São Carlos (232 km de São Paulo) faz planos para entrar no mapa turístico das artes plásticas do Estado.

A doação das obras para a prefeitura da cidade foi anunciada na manhã desta segunda-feira pelo fazendeiro Lover Ibaixe, 80, natural do município paulista.

Inspiradas em "A Divina Comédia" - clássico da literatura mundial do poeta renascentista Dante Alighieri -, as gravuras retratam os temas inferno, purgatório e paraíso.

Ibaixe conta que se aproximou de Dalí por meio de um amigo em comum, que conheceu em viagens pela Espanha. O fazendeiro pagou 300 moedas de ouro pelas gravuras, na década de 60.

A prefeitura disse não ter ainda um lugar específico para expor as telas, que hoje estão guardadas em um cofre do banco Safra, em Goiânia, mas a administração quer fazer das obras um atrativo para o turismo da cidade.

Reprodução
Uma das gravuras de Salvador Dalí inspirada em 'A Divina Comédia' doadas à Prefeitura de São Carlos, no interior paulista
Uma das gravuras de Salvador Dalí inspirada em 'A Divina Comédia' doadas à Prefeitura de São Carlos, no interior paulista

Segundo o coordenador de Artes e Cultura da prefeitura, Ney Vilela, são três as hipóteses: o palacete Conde do Pinhal, a Pinacoteca ou a construção de um museu próprio.

Uma decisão deve ser tomada nos próximos dias, segundo o prefeito Paulo Altomani (PSDB), para receber as obras em no máximo 90 dias. O local precisará de segurança e ser climatizado.

As gravuras doadas já foram expostas em algumas cidades. Segundo Ibaixe, em Brasília, 98 mil pessoas visitaram a exposição em 2002.

Reprodução
Reprodução de uma das obras que Salvador Dalí fez inspirado no clássico da literatura 'A Divina Comédia'
Reprodução de uma das obras que Salvador Dalí fez inspirado no clássico da literatura 'A Divina Comédia'

O fazendeiro afirma não saber calcular o valor do acervo e que o doou porque "devia algo para a cidade", da qual foi embora aos 15 anos, mas tem boas recordações da infância, dos amigos e do apelido que tinha - Lula.

Hoje, o homem de cabelos brancos sorri de tudo e brinca com todos, como fez ontem na entrevista coletiva. Ele mora sozinho em Goiás.

"Seria egoísmo vender ou deixar as obras para eles [parentes]. Quero dividir essa arte", disse ele, que chegou a São Carlos ontem em seu helicóptero particular.
Ibaixe sempre se interessou por arte e teve muitos quadros em casa.

Ele contou que já teve cerca de 50 obras do pintor Di Cavalcanti, que foram vendidas "há muitos" ao MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro e queimadas meses depois num incêndio - disse não se lembrar quando isso ocorreu de fato. "Só sei que fiquei triste com a perda."

 

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