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Ribeirão Preto

06/11/2013 - 12h19

Polícia pede prisão temporária de mãe e padrasto de menino desaparecido

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GABRIELA YAMADA
ISABELA PALHARES
JOÃO PITOMBEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Atualizado às 21h37.

A Polícia Civil de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) pediu nesta quarta-feira (6) a prisão temporária da mãe e do padrasto do garoto Joaquim Ponte Marques, 3, desaparecido desde a madrugada da última terça-feira (5) na cidade.

Segundo o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, o pedido foi feito para "auxiliar nas investigações" e porque há contradições nos depoimentos da psicóloga Natália Mingoni Ponte, 29, e do técnico em informática Guilherme Raimo Longo, 28. A Justiça não tinha analisado o pedido até as 20h desta quarta.

O garoto, que tem diabetes e precisa tomar insulina periodicamente, sumiu de dentro da residência do casal, no Jardim Independência, na zona norte de Ribeirão.

Reprodução
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que está desaparecido
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que está desaparecido

Nesta quarta, o caso virou comoção nas redes sociais. Celebridades como a cantora Ivete Sangalo e a atriz Carolina Dieckman fizeram apelos pelo menino Joaquim. "Vamos rezar por esse anjinho", escreveu a apresentadora Angélica no Instagram.

Desde terça-feira, polícia e bombeiros fazem buscas, mas nada foi encontrado. Uma das suspeitas é que o garoto tenha se afogado no córrego Tanquinho, próximo à casa de Joaquim, já que a porta da residência pode ter ficado aberta durante a noite.

O delegado disse também que trabalha com a hipótese de sequestro, embora não tenha dado mais detalhes sobre as investigações.

ÚLTIMO TRAJETO

À tarde, trabalho do cão farejador da PM ofereceu indícios de que o menino e o padrasto caminharam juntos até o córrego Tanquinho antes do desaparecimento. O animal chegou a esse indicativo após ter contato com as roupas de Joaquim, Longo e Natália. Segundo a PM, a mãe não fez o trajeto.

Edson Silva/Folhapress
PM usa o cão farejador Apache, da raça bloodhound, para procurar o menino Joaquim Ponte Marques, 3, em Ribeirão Preto
PM usa o cão farejador Apache, da raça bloodhound, para procurar o menino Joaquim Ponte Marques, 3, em Ribeirão Preto

Na madrugada do desaparecimento, Longo disse à PM que saiu de casa por volta das 3h da terça-feira para comprar drogas, de acordo com o boletim de ocorrência.

Ele a mãe do menino se conheceram numa clínica de recuperação, em Ipuã (411 km de São Paulo), onde Longo se tratou e Natália trabalhava.

Segundo o proprietário da clínica, Rony Marcos Sousa Leme, na ocasião, Longo já tinha tido alta médica e era estagiário do estabelecimento. "[Depois] Eles pediram demissão para se casar [há cerca de um ano]", disse Leme.

No Jardim Independência, eles moram há cinco meses e têm ainda um filho de três meses. O bebê ficou com parentes nesta quarta-feira enquanto os pais prestavam depoimento na delegacia.

O pai do garoto, o promotor de eventos Arthur Paes, disse à Folha ter ficado surpreso com o pedido de prisão e que o relacionamento do casal com a criança era "bom".

"Meu filho nunca disse nada, nunca reclamou", afirmou ele, que mora em São Paulo e vem a Ribeirão a cada 15 dias para ver Joaquim.

Natália e Longo foram liberados pela polícia por volta das 19h30. Nem o casal nem o advogado que defende a mãe do menino quiseram falar sobre o caso.

DIABETES

O menino Joaquim foi diagnosticado com diabetes há cerca de um mês e era medicado com doses de insulina diariamente.

"Eu ligo todos os dias de manhã para ele, depois que ele toma a insulina. Na terça-feira eu liguei e ele não atendeu, foi quando a Natália me contou que ele havia sumido", disse Paes.

Na segunda-feira, Joaquim foi ao médico, que alterou o horário de sua medicação. Ele estava assustado com as injeções para a aplicação de insulina. Por isso, o médico mudou o horário para tomar a insulina das 6h para as 7h. O objetivo foi evitar acordá-lo.

Segundo o médico Balduíno Tschiedel, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, um paciente com as características de Joaquim não pode ficar 72 horas sem insulina.

"Depois de 24 horas a pessoa entra numa descompensação metabólica. Esse processo dá origem ao excesso de ácidos no organismo, o que é tóxico. Aí precisa tratar numa UTI", disse Tschiedel, também fundador do Instituto da Criança com Diabetes.

 

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