Após 78 dias, professores da rede estadual encerram greve no Rio
Em uma tumultuada assembleia, os professores das escolas estaduais do Rio decidiram encerrar nesta quinta-feira (24) a greve iniciada há 78 dias.
Na votação realizada em um clube da Tijuca, na zona norte da cidade, houve divisão entre os educadores escalados para discursar para os profissionais da categoria: dez deles queriam a continuidade, enquanto outros dez estiveram a favor do fim da greve.
Chegou a haver tumulto quando defensores da paralisação apresentaram uma faixa com a mensagem: "Direção pelega, com a base não tem arrego." Houve vaias e discussão entre os grevistas.
A crítica era direcionada à audiência de conciliação promovida na última terça-feira (22) pelo ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), que reuniu representantes do sindicato e dos governos estadual e municipal.
Na audiência com Fux, os emissários do poder executivo concordaram em abonar as faltas de professores e ressarcir aquelas já descontadas desde o início de agosto.
A direção do sindicato saiu do encontro defendendo o fim da greve. Já a parcela descontente com o resultado da audiência no STF exigia que a paralisação continuasse até que as reivindicações da categoria fossem atendidas.
Prevaleceu o voto defendido pelo Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação). Os professores da rede estadual devem retornar amanhã ao trabalho; enquanto uma assembleia, marcada para as 13h, vai definir o futuro da greve dos educadores das escolas públicas do município do Rio.
De acordo com a secretaria estadual de Educação, no auge, a greve chegou a ter adesão de 800 servidores entre os 75 mil professores contratados, pouco mais de 1% do total. Já a última contagem feita pelo governo, ontem, registrou a ausência de 338 professores nas salas de aula.
Na rede municipal, de 43 mil professores, menos de 6%, em torno de 2.500 professores, interromperam suas atividades, segundo a secretaria de Educação.
Em nota, a prefeitura informou que a reposição das aulas será planejada por cada escola, já que algumas unidades foram pouco afetadas pela paralisação. Está previsto também reforço escolar para os alunos mais prejudicados.
Já o governo estadual informou que a reposição vai incluir aulas aos sábados e após o horário padrão. Caso seja necessário, as aulas adicionais podem ocorrer inclusive aos domingos.
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