Total de auxiliares de professores aumentará 60%, diz prefeitura
A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) promete aumentar em cerca de 60% neste ano o número de universitários que auxiliam os professores titulares nas aulas das escolas municipais.
Até o ano passado, 900 universitários participavam do programa, chamado Ler e Escrever, implementado em 2006 pelo então prefeito José Serra (PSDB). Eles atuavam nas turmas do primeiro ano do ensino fundamental.
A Secretaria Municipal da Educação afirma que deverá chegar a 1.500 estagiários, devido a mudança no sistema. Na rede municipal, são cerca de 70 mil professores.
O programa era sustentado pela própria prefeitura. Os universitários ganhavam bolsa mensal de cerca de R$ 500.
Agora, a gestão municipal decidiu aderir a um programa federal, criado em 2008, que também prevê bolsa (R$ 740) a universitários que auxiliem professores titulares.
Segundo a pasta, a mudança permite que mais estagiários sejam chamados, pois há mais universidades conveniadas no programa federal (17) do que no municipal (9).
Além disso, a União passa a ser responsável pelos gastos, por meio do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).
Segundo o diretor da área técnica da secretaria, Fernando Almeida, a prefeitura deixará de gastar R$ 18 milhões com a ação. E haverá auxiliares em diversas séries do ensino fundamental, não apenas no primeiro ano.
Um dos efeitos colaterais da mudança é que, ao menos neste ano, os estagiários começarão a atuar já com o ano letivo em andamento. A previsão é que iniciem as atividades até o meio do ano.
A ideia tanto do programa municipal quanto do federal é ajudar os professores titulares nas aulas e dar experiência aos futuros docentes.
Procurado pela reportagem para comentar a mudança no programa, Alexandre Schneider, secretário de Educação nas gestões Serra e Gilberto Kassab (PSD), disse que ainda busca mais informações sobre a alteração.
Uma das instituições participantes do programa municipal, a Faculdade Sumaré reclama que não foi informada de que haveria a substituição da ação. E como não se inscreveu no edital do Pibid do ano passado, seus 331 bolsistas estarão fora do projeto em abril, quando termina o contrato entre a escola e a prefeitura.
"Muitos dos alunos dependem da bolsa para pagar a mensalidade", disse Maria Elena Roman, representante da Sumaré no programa. "Em fevereiro eles nos chamaram para aumentar o número de bolsistas. Um mês depois, eles vêm e nos informam isso."
Fernando Almeida, da Secretaria de Educação, afirma que todas as instituições foram convidadas a participar do edital do Pibid. "Não posso implorar que uma faculdade entre numa política pública."
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