Por salários, servidores fazem ato em frente a conselho de reitores de SP
Funcionários e professores da USP, Unicamp e Unesp realizam um protesto em frente a sede do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades de São Paulo), na rua Itapeva, região central de São Paulo. Cerca de 600 manifestantes, segundo a Polícia Militar, fecham a via nesta quarta-feira (03).
Os funcionários querem pressionar o conselho que se reúne nesta tarde. Na pauta do encontro dos reitores está, entre outros assuntos, as reivindicações dos trabalhadores que estão em greve há 100 dias.
O Cruesp propõe um reajuste salarial de 5,2% aos grevistas, que reivindicam 9,78%. Magno de Carvalho, diretor do Sintusp (sindicato dos servidores), classifica o valor proposto pelo Cruesp como "decepcionante" e disse que espera decisão mais favorável da Justiça do Trabalho.
A audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para discutir os rumos da paralisação, que aconteceria na sexta-feira (5) foi antecipada para às 9h de quinta (4).
DIA DE PROTESTO
Antes de fechar a rua Itapeva, o grupo de servidores da USP percorreu diversas ruas e avenidas de São Paulo até o Masp, onde se encontraram com trabalhadores da Unesp e da Unicamp. Eles fecharam uma via da avenida Paulista por cerca de duas horas.
Às 15h10, os manifestantes saíram em passeata até a sede do Cruesp. Após o término do encontro dos reitores, os servidores das três principais universidades públicas do país devem realizar uma assembleia para decidir se aceitam ou não a proposta acordada.
"Cem dias sem dinheiro,cem dias sem sossego, cem dias sem arrego. Fora Zago", gritam os manifestantes contrários a administração do atual reitor, Marco Antonio Zago.
PDV
Na terça-feira, a USP aprovou um PDV (plano de demissões voluntárias), como forma de atenuar uma de suas mais graves crises financeiras. O programa de demissões tem o objetivo de conter os gastos que, só com a folha de pagamento, chegam a 106% do orçamento da universidade.
O PDV abrange funcionários não docentes, preferencialmente com idade entre 55 e 67 anos e mais de 20 anos de carreira. Eles terão indenização de um salário por ano trabalhado (até o limite de 20 anos ou R$ 400 mil). As demissões ocorrerão de janeiro a março do próximo ano.
A USP investirá R$ 400 milhões no programa. O valor virá das reservas financeiras, em queda por causa do gasto com salários. A expectativa é que o plano traga economia de 6,5% a 7,5% na folha de pagamento a partir de 2016.
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