'Flexibilização é urgente, e decisão de SP é legítima', diz chefe de instituto
O superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, diz que a mudança do currículo do ensino médio brasileiro é urgente e é legítimo São Paulo iniciá-la.
A flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo, proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia.
O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino.
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Folha - A ideia de flexibilizar o currículo do ensino médio é positiva? Qual seria o impacto na aprendizagem dos estudantes?
Ricardo Henriques- É urgente conseguir flexibilizar. A gente tem um histórico de currículo muito fechado, com um volume enorme de matérias obrigatórias. O maior problema não é ter 12, 13 ou 14 matérias. O grande problema é ter 14 matérias que sejam obrigatórias para todos os estudantes.
Há problema se um Estado implementar essa reforma sem que ela esteja estabelecida nacionalmente?
A limitação disso é não ter uma base curricular comum. Ou seja, a ideia da flexibilização no ensino médio deveria ter um tronco comum nacional e, a partir disso, flexibilizar alguns caminhos. Com um Estado fazendo isso, vai precisar ter mais disciplina para antecipar o que é esse mínimo denominador comum. É mais trabalhoso, mas é legítimo.
Como seria a integração desse novo modelo com o ensino fundamental e com a universidade?
A integração do ensino fundamental 2 [6º ao 9º ano] é natural. Ele faz passagem para a estrutura disciplinar do ensino médio.
A flexibilidade [do currículo] me dá graus de escolha enquanto ainda sou estudante do ensino médio.
Eu tenho um tronco comum, com matemática, língua portuguesa, humanas, mas me aprofundo um pouco, por hipótese, em ciências da natureza.
Nessa estrutura, o Enem ou qualquer outra prova de seleção tem que me dar pesos relativos para que eu saiba sobre todas as áreas, mas com peso maior para a que eu fiz a escolha.
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