Estudantes fazem protesto no centro de São Paulo
No mesmo dia em que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) oficializou a suspensão da reorganização das escolas, um grupo de estudantes fez protesto na região central de São Paulo. O ato foi acompanhado por policiais, mas não houve tumulto.
O movimento pede o cancelamento definitivo do plano de reorganização dos colégios, e não apenas a sua suspensão, confirmada com a publicação do decreto nº 61.962 no "Diário Oficial de São Paulo" deste sábado (5).
O protesto, que partiu da avenida Paulista, seguiu pela rua da Consolação até a Secretaria da Educação do Estado, na praça da República.
"Esse recuo foi uma vitória, mas a vitória completa será a revogação total da reorganização. Não aceitamos adiamento nem suspensão", disse Allekxander Buniak, 21, que estuda na Fernão Dias Paes, escola ocupada em Pinheiros (zona oeste).
Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress | ||
Protesto de estudantes na Avenida Paulista em São Paulo, SP, neste sábado (5) |
Na tarde de ontem, o governador já tinha anunciado o adiamento do plano após uma semana de enfrentamento de estudantes e policiais nas ruas da capital. Como forma de protesto, os alunos ocuparam pelo menos 200 escolas e fecharam as principais vias da capital.
"Alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016", disse o Alckmin.
Enquanto isso, os estudantes prometem outros protestos. O próximo já foi anunciado: dia 9, às 17h, no vão do Masp, na avenida Paulista. Amanhã (6), as escolas terão atrações culturais.
A REORGANIZAÇÃO
Anunciada no final de setembro, o plano previa o fechamento de 92 escolas e reorganizava as restantes por ciclo único. Desse modo, estudantes do ensino fundamental ficariam em unidades diferentes do ensino médio.
Desde o anúncio da medida, alunos, pais e professores têm realizado protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentam que o objetivo da reestruturação é cortar gastos e temem a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo.
Na tarde de quinta (3), o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pública que pedia que a reorganização das escolas estaduais fosse interrompida e que a Secretaria de Educação organizasse uma agenda de discussões com a sociedade sobre as mudanças.
Na manhã de sexta (4), estudantes fecharam o cruzamento das avenidas Faria Lima com Rebouças e também da avenida Paulista com rua Consolação. Em ambos os protestos, a PM jogou bombas de efeito moral para desbloquear as vias.
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