Estudantes protestam contra reforma do ensino médio em São Paulo
Estudantes ocuparam na manhã desta terça-feira (18) uma das faixas da avenida Paulista, na região central de São Paulo, para protestar contra a reforma do ensino médio, que prevê a flexibilização do percurso do estudante. Hoje, eles devem cursar 13 disciplinas nos três anos.
O ato organizado pelo movimento Secundaristas em Luta começou por volta das 11h, após concentração em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). A Polícia Militar não divulgou o número de participantes.
Os manifestantes partiram sentido Consolação, desceram a via até a avenida Ipiranga e chegaram à Secretaria da Educação, na praça da República, por volta das 12h30.
O trânsito na avenida Paulista ficou carregado pela manhã, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Além dos estudantes, centrais sindicais protestavam contra os juros altos em frente à sede do Banco Central.
Em nota, o Metrô informou que houve uma manifestação na área livre da estação República e os estudantes tentaram entrar sem pagar. "Os agentes de segurança da Companhia agiram para evitar que o grupo pulasse os bloqueios", afirma a nota.
A companhia divulgou um vídeo que mostra um rapaz arremessando um objeto de metal contra os agentes de segurança. O jovem foi apreendido e encaminhado para a Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) para prestar esclarecimento e já foi liberado.
O movimento Secundaristas em Luta de São Paulo afirmou em nota que todos estavam agitados no momento da apreensão e não viram o objeto ser arremessado, mas disse que o segurança que realizou a apreensão já estava "agressivo" momentos antes. O grupo condenou a ação da equipe do metrô, que foi classificada como "truculenta" pelos Secundaristas. Eles realçaram que o jovem apreendido vestia roupas diferentes do que aparece no vídeo.
REFORMA DO ENSINO MÉDIO
A reforma do ensino médio foi anunciada pelo governo federal em setembro. Desde então, já motivou outros protestos de estudantes.
A medida provisória de Michel Temer deve passar pela Câmara e pelo Senado. A estrutura é considerada engessada e distante do interesse dos jovens. O país registra 1,7 milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola -16% da população nessa faixa etária, que seria a ideal para o ensino médio.
Com a mudança prevista, só parte da grade será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.
O aluno poderá escolher em qual linha quer se aprofundar. A oferta dessas habilitações, porém, vai depender das redes e escolas.
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