Presidente do Inep exclui treineiros e certificado de conclusão de novo Enem
Isabelle Araújo/MEC | ||
A presidente do Inpe, Maria Inês Fini, durante evento no Ministério da Educação |
O governo federal estuda mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para diminuir o tamanho e os custos do exame. Entre as principais propostas estão o fim da possibilidade de obter certificação do ensino médio pela prova e a exclusão da participação de treineiros.
A presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Maria Inês Fini, falou sobre as propostas na quinta-feira (24) em reunião do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação).
O plano, segundo Fini, é criar uma prova específica de certificação do ensino médio, tirando essa função do Enem. Atualmente, o participante precisar alcançar 450 pontos em cada área de conhecimento da prova e ter nota acima de 500 na redação para conseguir o diploma.
O argumento é que poucos dos que pedem a certificação conseguem a pontuação mínima. No ano passado, dos 990 mil candidatos que tentaram a certificação, só 74 mil tiveram sucesso.
"O exame não foi preparado para fazer esse tipo de avaliação", disse a presidente do Inep. Essa ideia já havia sido anunciada pelo ex-ministro Aloizio Mercadante (PT).
De acordo com Fini, os treineiros –estudantes que ainda não chegaram no 3º ano do ensino médio– devem ser excluídos do Enem.
O governo poderia criar um simulado nacional, aplicado em julho. Atualmente, os treineiros fazem o exame na mesma data, mas não podem usar o resultado para ingressar no ensino superior.
Na última edição, 30% dos inscritos não fizeram a prova, maior índice desde 2009. Dos 8,7 milhões inscritos neste ano, 1,2 milhão nem sequer consultaram o cartão que traz o local de prova.
O governo gastou R$ 788 milhões com a organização e aplicação do exame deste ano. O valor arrecadado com o pagamento da taxa de inscrição somou R$ 136 milhões.
Neste ano, a taxa foi de R$ 68. Estudantes de escolas públicas que estejam concluindo o ensino médio têm isenção da taxa.
Em nota divulgada na sexta, o Inep ressaltou que nada está definido. "Não há qualquer alteração definida, e sim diretrizes sobre pontos em que o Enem pode avançar para continuar garantindo a inclusão dos estudantes brasileiros no ensino superior, inclusive por meio de programas federais como o Sisu, Prouni e Fies", cita a nota.
O anúncio das mudanças deve ser feito após a nova aplicação do exame, em 3 e 4 de dezembro. Por causa das ocupações em escolas e universidades, o Inep adiou a prova de mais de 277 mil candidatos.
Segundo Maria Inês, o Inep estuda formas de adequar o Enem à reforma do ensino médio, que prevê a flexibilização dessa etapa.
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