"Não vivo sem o meu Rivotril", diz vendedora
Há cinco anos, a vendedora Mariana Vasconcelos do Prado, 26, não sabe o que é uma noite de sono sem o tranquilizante Rivotril. "Sei que estou dependente dele, mas não consigo largar porque me sinto muito bem", diz ela.
Venda de calmante dispara no Brasil
Dependência de Rivotril ocorre após 3 meses, segundo psiquiatra
Marisa Cauduro/Folhapress |
A vendedora Mariana Vasconcelos do Prado, 26, não consegue dormir sem tomar o Rivotril |
Tudo começou com uma síndrome do pânico, quando ela se mudou de Atibaia (SP) para São Paulo, capital. "Tinha medo de morrer. Não dormia."
O diagnóstico foi feito pelo psiquiatra da tia, de Pouso Alegre (MG). À época, ela recebeu a prescrição do Rivotril e do antidepressivo venlafaxina.
"Comecei com a dose de 125 mg [de venlafaxina] e hoje tomo 37,5 mg todos os dias. O psiquiatra já sugeriu que diminuíssemos a dose do Rivotril, mas não adianta", conta.
"Não consigo dormir se eu não tomar 2 mg de Rivotril. Já entro em pânico só de pensar em ficar sem ele", diz Mariana.
A dependência é tanta que, mesmo tomando o remédio só à noite, ela o carrega dentro da bolsa o tempo todo. "Não vivo sem o meu Rivotril. Já é uma dependência mais emocional do que física."
Mariana passa por consulta com o psiquiatra uma vez por ano. Mas, a cada mês, o médico renova para ela as receitas dos remédios. Pelo Rivotril, ela paga R$ 8 a caixa com 30 comprimidos.
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