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13/06/2010 - 11h29

Argélia x Eslovênia e seleção fechada causam mesmice na TV brasileira

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LUÍS CURRO
DE SÃO PAULO

Copa do Mundo é uma vez a cada quatro anos. Isso me animou a programar o despertador para acompanhar, às 8h30, o pouco atraente, ao menos na teoria, duelo entre Argélia e Eslovênia pelo Grupo C.

Feito isso, primeiro tempo visto, uma sensação de frustração. A teoria se consuma rapidamente. Jogo muito fraco, 0 a 0, uma nulidade em termos de emoção.

OK, o que será que as emissoras de TV trarão no intervalo, haveria algo mais que os melhores momentos? Tinha acesso a Globo, Sportv, ESPN Brasil e Band, e alternei entre elas para saber a resposta.

A primeira a voltar dos comerciais foi a ESPN Brasil. "Vamos aos melhores momentos", disse o narrador. Frustrante. Até o cumprimento entre os capitães antes do início do jogo foi exibido. Na primeira etapa, fora uma defesa razoável de cada goleiro após chutes de longe e uma cabeçada de um argelino que passou perto da trave, nada que prestasse. Em menos de um minuto, os melhores momentos já eram.

A Band, por seu lado, acionou de cara Luiz Ceará, com "informações" da seleção brasileira. Reclamação do acesso restrito ao time de Dunga, algo usual nesta Copa. Mais um treino fechado ocorreria logo mais, diz o enviado. Depois, claro, melhores momentos.

Na Globo, o apresentador Luis Ernesto Lacombe entra ao vivo do estúdio. Nele, comentários pouco empolgantes de Falcão e José Roberto Wright, o analista de arbitragem. O "extra" foi a presença do convidado Marcos Paquetá, treinador do Al-Rayyan, do Qatar. Pouco a acrescentar. A enviada Glenda Kozlowski é chamada. Mais do mesmo sobre a seleção, acrescenta-se imagem de Maicon na coletiva, ele diz aos jornalistas que não se chateassem com o treino fechado, que "amanhã pode ser aberto, fica tudo certo", algo assim.

Viva, a seleção, depois de dois dias de trancas, abri-se-á. Não vale agradecer. O enviado André Kfouri explicou, na ESPN Brasil: na véspera das partidas, a Fifa exige que o treino das seleções seja aberto. Algo de valia, enfim, para o espectador menos informado.

No intervalo do Sportv, mais melhores momentos (ahn?). O narrador Jota Júnior anuncia, pouco antes do início do segundo tempo, o quadro "Por outro ângulo". Algo inovador? Nada. Uma cobrança de falta do argelino Belhadj, um dos melhores momentos, em um ângulo já visto em replay durante o jogo e, pouco antes, nos próprios melhores momentos....

O curioso é que o jogo era pelo mesmo grupo de EUA e Inglaterra, que haviam se enfrentado na véspera. Nessa partida, o goleiro inglês Robert Green engoliu um dos maiores perus da história das Copas, em chute despretensioso de Dempsey. Nenhuma das emissoras teve a ideia óbvia de reprisar o lance, de longe melhor do que qualquer coisa oferecida.

Mas o que é o futebol (surrado jargão que se encaixa perfeitamente aqui). Em um segundo tempo novamente modorrento, o único lance que valeu foi o gol. Chute de fora da área de Koren (o camisa 8, como também Dempsey é o 8 dos EUA), bola fácil para Chaouchi. O goleiro argelino aceita. Frangaço. Não tão escandaloso quanto o de Green, mas que, ao menos, valeu o sono perdido.

 

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