Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/09/2010 - 07h45

Brasil é exceção em continente que enfrenta greves, insolvência e até risco de intervenção

Publicidade

DE SÃO PAULO

A ideia de que num futuro próximo o Brasil será uma potência com vizinhos empobrecidos também vale para o futebol profissional.

Enquanto os clubes brasileiros, ainda endividados, pelos menos multiplicam seu faturamento e a CBF nada em dinheiro, equipes e confederações nacionais de outros países sul-americanos vivem em penúria absoluta.

No Peru, mais de metade dos times da primeira divisão confirmam atrasos de até cinco meses no pagamento de salários. Agremiações tradicionais, como Universitario e Alianza Lima, estão muito perto da falência.

Campeão da Copa Sul-Americana em 2003, o Cienciano, de Cuzco, tem seus jogadores sobrevivendo com o dinheiro obtido em rifas. Para economizar, a diretoria efetivou como treinador um dos artilheiros da equipe.

O Universitario tem uma dívida estimada em US$ 47 milhões (cerca de R$ 81 milhões), valor alto até para os padrões do futebol brasileiro, em que um clube grande fatura pelo menos 20 vezes mais do que uma agremiação tradicional peruana.

Na Colômbia, que chegou a ter clubes bancados com luxo por narcotraficantes na década de 80, a penúria também impera hoje em dia.

Mais da metade dos 36 times das duas principais divisões do país estão insolventes. Pelo menos 80% não pagam a previdência local.

Times que há pouco tempo brilhavam em competições internacionais vivem dias de miséria. Os jogadores do Once Caldas, campeão da Libertadores em 2004, ameaçaram recentemente fazer greve contra o atraso nos salários, providência que já havia sido tomada pelos atletas do tradicional América de Cali.

A situação é tão grave que o novo governo colombiano até considerou a hipótese de intervir no futebol local, solução que só não foi adiante por pavor de sanções da Fifa _a entidade máxima da bola não permite ingerência estatal nas federações nacionais.

Intervenção que, no entanto, é defendida abertamente por Evo Morales, o presidente boliviano. A situação do futebol do seu país também é alarmante.

No início do mês, a federação nacional precisou fazer um empréstimo de US$ 800 mil com a Conmebol, a confederação sul-americana, para pagar parte de uma dívida de US$ 2,1 milhões ao fisco boliviano. Caso não adiantasse esse valor, seria despejada do prédio onde fica sua sede.

Até nos vizinhos brasileiros mais ricos, a crise está presente. Boca Juniors e River Plate, os maiores clubes argentinos, passam por grave crise financeira e técnica.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página