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13/06/2011 - 16h19

Acusado de 'cai-cai', Treze vê título paraibano ameaçado

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VINÍCIUS BACELAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quase três semanas depois de comemorar o título paraibano, o Treze vê sua conquista ameaçada.

Em campo, o Treze foi campeão depois de faturar o primeiro e segundo turnos. Mas no último dia 1º, a Justiça Desportiva da Paraíba decidiu cancelar a decisão da segunda fase entre a equipe e o rival local Campinense. Uma semana depois, a Federação Paraibana de Futebol determinou que Botafogo de João Pessoa e o mesmo Campinense fizessem uma nova final do 2º turno nos dias 19 e 26 de junho.

A anulação se deu após o Botafogo, time que foi eliminado na semifinal da segunda fase pelo Treze, entrar com uma ação na Justiça Desportiva reclamando que o rival provocou o chamado 'cai-cai'. Para isto usou como argumento o artigo 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

"Dar causa a não realização ou impedir o prosseguimento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando por simulação de contusão, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma", diz o artigo.

A Federação Paraibana de Futebol informou ainda que o Treze foi multado em R$ 20 mil.

O CASO

Na semifinal entre Botafogo e Treze, disputada no dia 8 de maio, após uma briga que acabou com três expulsões do Treze, dois jogadores da equipe de Campina Grande saíram da partida alegando contusão: o lateral direito Ferreira e o meia Doda.

Como não havia atletas suficientes para continuar a partida, o juiz encerrou o duelo, com o placar de 4 a 0 para o Treze, que classificou o clube à final do segundo turno.

Na partida de ida, o Botafogo, mandante do confronto, havia vencido o rival por 4 a 0. Pelo regulamento, o Treze tinha a vantagem no critério de desempate em caso de igualdade em número de pontos e saldo de gols.

A diretoria do Botafogo acionou o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba, alegando que os jogadores da equipe rival provocaram o encerramento do confronto antes do tempo regulamentar.

"Eles começaram um cai-cai faltando dez minutos para acabar o jogo. Só porque eles fizeram o quarto gol. Não é a primeira vez que o Treze faz isso. Eles são reincidentes. Até em amistoso, eles [jogadores do Treze] já fizeram isso [simular contusão]', falou o sub-diretor administrativo do Botafogo-PB, Raimundo Nóbrega.

"No vídeo da partida, um dos jogadores coloca a mão em um joelho e no atestado apresentado pelo clube aparece a contusão no outro. Isto prova que não há idoneidade no atestado", apontou.

No dia 1º de junho, a Justiça Desportiva paraibana julgou procedente a ação e tirou os três pontos conquistados pelo Treze na ocasião, por 4 votos a 1, mas puniu apenas os jogadores expulsos: Carlos e Cléo (cinco jogos de suspensão) e Vavá (oito). Doda e Ferreira foram absolvidos.

OUTRO LADO

"Nós temos atestados médicos e ressonâncias magnéticas que provam as contusões dos atletas", disse o presidente do Treze, Fábio Azevedo. "Temos esperança de manter o título que conquistamos dentro de campo nem que seja necessário recorrer à última instância", completou o dirigente.

Segundo Azevedo, a "força política do rival motivou a desclassificação do Treze".

"Aqui no Nordeste, o coronelismo ainda predomina, né? É muito complicado jogar aqui. A maioria dos políticos defendem o Botafogo-PB. É absurdo o que estão fazendo conosco. Eles querem ganhar no grito. Acham que o futebol é feito como nos anos 30. Futebol é muito mais do que isso", disparou.

Caso a sentença do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba seja mantida, o vencedor da nova decisão do segundo turno entre Botafogo-PB e Campinense jogará contra o próprio Treze, pela final do Estadual, nos dias 3 e 10 de julho.

 

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